Um terço dos R$ 41 milhões a serem investidos nos próximos dois anos pela Black & Decker do Brasil Ltda, fabricante de eletrodomésticos e ferramentas elétricas, em sua unidade industrial de Uberaba (Triângulo Mineiro), será direcionado à implantação de novas linhas de produção. Entre elas, a fabricação de ventiladores. O restante do aporte será aplicado em capital de giro e também na expansão da capacidade do centro de distribuição da empresa, situado na mesma cidade.
As informações são do vice-presidente de Operações da empresa, Domingos Dragone. Segundo ele, a ampliação do mix de produtos fabricados pela Black & Decker no país visa não somente a comercialização no mercado interno, mas também a exportação com a prospecção de novos mercados internacionais.
"A própria ascensão das classes C e D no mercado nacional modificaram o perfil do consumo de eletroportáteis no país e queremos aproveitar o momento para alinhar a produção da fábrica brasileira a algumas tendências mundiais. Por isso, a importância de estarmos atentos às novidades e investirmos nos segmentos potenciais", explicou.
A partir do plano de investimentos da empresa serão gerados cerca de 170 empregos diretos. A partir de 2013, o projeto deverá atingir um faturamento da ordem de R$ 540 milhões, enquanto a conclusão da ampliação do CD está prevista para dezembro de 2014.
Além disso, a partir de 2015, a companhia pretende atingir a capacidade instalada de produção de 8 milhões de unidades por ano para ferramentas manuais e de 6,5 milhões de unidades anuais para eletrodomésticos.
Desempenho - Já em relação ao desempenho dos negócios na primeira metade deste ano, o vice-presidente de Operações da empresa informou que foram observadas duas situações distintas. Segundo ele, enquanto o primeiro trimestre de 2011 foi caracterizado por forte desempenho, mantendo o ritmo de produção e venda do final do exercício passado, fazendo com que a fábrica operasse no limite da capacidade instalada, a partir de abril foi registrada franca desaceleração do crescimento dos negócios.
Porém, isso não foi o suficiente para fazer com que os resultados da empresa no acumulado deste ano ficassem abaixo dos registrados em igual época do exercício passado. "No momento, estamos com as operações 10% acima do patamar do primeiro semestre de 2010", justificou.
Na opinião de Dragone, os resultados foram alterados, em função do novo cenário econômico nacional, gerado a partir da adoção das medidas adotadas pelo governo federal para desacelerar o consumo e a inflação, como o aumento das taxas de juros e da restrição ao crédito. Com isso, de acordo com ele, a empresa reviu as metas de desempenho para 2011. Entretanto, ainda assim, é aguardado um crescimento dos negócios na casa de dois dígitos.
"Estimamos que ao fim deste ano os negócios cresçam algo em torno de 13% na comparação com o exercício passado. Antes da revisão, a estimativa era de 15%. A mudança não foi tão drástica. Foi mais uma reestruturação", destacou.
Veículo: Diário do Comércio - MG