A proposta de fusão de Pão de Açúcar e Carrefour tornou-se uma disputa não só entre acionistas do grupo de varejo brasileiro, mas também entre governo e oposição e até mesmo entre ex-ministros e advogados das partes envolvidas no negócio.
A participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) no negócio se tornou alvo de críticas da oposição e de um ex-presidente do banco de fomento. Ontem o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, atribuiu à imprensa toda a polêmica que envolve o assunto. Em nota divulgada no início da noite, o próprio BNDES afirma que "o projeto de associação entre o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour, enquadrado pelo Banco, se qualifica pelo alto potencial de criação de valor para todas as partes envolvidas".
Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do Banco, disse ser totalmente contrário à participação da instituição. "Isso eu não aceito. Eu acho que eles estão absolutamente errados", afirmou o economista. A oposição ameaça abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso para investigar a participação do BNDES na fusão.
Ex-ministros deverão travar aquela que deverá ser uma das maiores batalhas jurídicas já vistas no varejo brasileiro. O empresário Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração do GPA, contratou o jurista e ex-ministro de Justiça do governo de Lula Márcio Thomaz Bastos a defender os seus interesses. O grupo francês Casino já havia contratado José Carlos Dias, que também foi ministro da Justiça, na gestão de Fernando Henrique Cardoso.
Veículo: DCI