Cury anuncia joint venture com gigante americana

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 Duas líderes do mercado de chapéus - o Grupo Cury, maior fabricante nacional de chapéus de pelo e feltro, com 91 anos de atividades no Brasil, e a gigante norte-americana Dorfman Pacific, com 90 anos, líder mundial do segmento - acabam de se unir para formar a Cury Dorfman Pacific (CDP) Company, primeira empresa no país com capacidade para atender a demanda do mercado sul-americano de headwear, com um portfólio de 30 marcas.

 

A joint venture terá um investimento inicial de R$ 6 milhões dividido em um showroom na Vila Olímpia, em São Paulo, produtos, marketing, infraestrutura de vendas e um centro de distribuição em Siqueira Campos (PR). A empresa utilizará marcas, produtos e know-how de sourcing da Dorfman Pacific e aproveitará a experiência do Grupo Cury de gestão do negócio, distribuição de produtos e conhecimento do mercado brasileiro. A expectativa é de que as vendas no Brasil alcancem R$ 8 milhões no primeiro ano de atividades da empresa, chegando a R$ 25 milhões em cinco anos. Já para a América do Sul, a perspectiva é de que as vendas cheguem a R$ 40 milhões em 5 anos.

 

O mercado brasileiro de headwear (incluindo chapéus, boinas e bonés) é estimado em 50 milhões de unidades anuais - o equivalente a R$ 3 bilhões - enquanto o mercado mundial é de aproximadamente 500 milhões de unidades anuais. Somente a Dorfman Pacific produz, em suas fábricas nos Estados Unidos, México e China, além de outras 10 plantas de terceiros ao redor do mundo, 10 milhões de unidades por ano. A Cury fabrica, em Campinas, 900 mil unidades anuais.

 

Potencial - Executivos da Dorfman Pacific contataram o Grupo Cury no ano passado com um projeto inicial de distribuição dos chapéus Stetson, marca icônica nos Estados Unidos há quase 150 anos. Ao realizarem uma reunião no showroom da empresa em Nova Iorque, os diretores da Cury conheceram a estrutura da empresa e a variedade de marcas e produtos, detectando um potencial significativo de novos negócios.

 

"Essa sociedade tem como base o know how de cada uma das empresas, o que possibilita melhores custos e economia de escala para o negócio. Não há hoje no Brasil outra empresa com estrutura para produzir e atender a demanda local. E faltava para a Dorfman Pacific um parceiro que já trabalhasse na América do Sul, território conhecido pelo Grupo Cury", explica o diretor executivo da CDP, César Rodriguez.

 

A CDP terá como foco a venda de chapéus para multimarcas qualificadas no segmento de beachwear, surfwear, streetwear, boutiques, lojas de departamento, magazines e grandes redes, voltados ao público B . Vendas on-line serão feitas somente para consumidor final com preços que variam entre R$ 100 e R$ 700. Além da Stetson, a CDP investirá também em marcas como Scala, que atende e acompanha diversas tendências do mercado; Christys Crown, original de Londres e voltada ao público jovem e Callanan, com produtos premium de design europeu.

 

A joint venture permitirá o desenvolvimento de produtos específicos para os mercados sul americano. A CDP planeja instalar um showroom no Rio de Janeiro e flagships (lojas conceito) para consumidores finais em São Paulo e Rio de Janeiro. Haverá expansão para outros países da América Latina, tendo no Brasil o centro de distribuição (hub) regional para a América do Sul.

 

Indiana Jones - Responsável pela criação do modelo do chapéu usado pelo herói Indiana Jones, desde o primeiro filme, "Indiana Jones e os Caçadores da Arca Perdida" (1981), o Grupo Cury teve início em uma oficina de reforma de chapéus em Mogi Mirim (SP), fundado por Vicente Cury e Miguel Vicente Cury (pai e filho). Os irmãos Salim Zakia e José Elias Zakia passaram a integrar a sociedade quatro anos depois.

 

Hoje, fabrica bonés, boinas, cartolas e chapéus de palha (Panamá), com aproximadamente 1.500 modelos diferentes, na unidade de Campinas, que conta com 100 funcionários. "Cada chapéu demora, em média, 13 dias para ficar pronto, por ser um processo totalmente artesanal. O sistema do controle de qualidade passa por 62 etapas", explica Paulo Cury Zakia, CEO do Grupo Cury. Em 2004, para agregar valor à linha de produtos, adquiriu uma confecção e criou a marca Cury Jeans, fabricando calças, jaquetas e camisas para o mercado urban country.

 

O Grupo Cury distribui 70% dos produtos no mercado interno e exporta 30%. Para os próximos anos, a expectativa é abrir quatro flagships e franquias.

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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