Black & Decker prevê, para este ano, crescimento de 23%

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A projeção de crescimento da Black & Decker no Brasil para este ano é de 23%, segundo afirmou seu vice-presidente, Domingos Dragone, ao Jornal do Commercio. Para 2009, disse ele, a projeção de crescimento da empresa é mais conservadora, de 5% a 10%, por conta de possível redução no consumo, como reflexo da crise financeira internacional, que, por outro lado, em função do câmbio, levará o grupo a produzir no Brasil itens importados pela companhia para comercialização interna.

 

Dragone explicou que na fábrica da Black & Decker no Brasil, em Uberaba (MG), são produzidos de ferro de passar roupa a ferramentas para construção civil pesada. Na unidade, 30% do total faturado são provenientes de importações de fábricas do grupo no exterior e o restante da receita, 70%, é de produção local. Atualmente, informou, a companhia produz 5,4 milhões de unidades de diversos produtos localmente e importa cerca de 200 mil unidade, que são mercadorias de elevado valor agregado.

 

Com a valorização do dólar frente ao real, como conseqüência direta da crise financeira, a planta brasileira poderá, em 2009, fabricar produtos que anteriormente eram importados. Para isso, afirmou o vice-presidente da Black & Decker no Brasil, a companhia dispõe de US$ 3 milhões a US$ 4 milhões em caixa para adaptar sua fábrica à produção de novas ferramentas.

 

"Muitas vezes, com o dólar valorizado, sai mais barato produzir localmente do que importar, sobretudo produtos de alto valor agregado", disse. Ainda de acordo com Dragone, é provável que o setor de infra-estrutura, em 2009, não desacelere tanto quanto o esperado. Assim, a empresa poderá fabricar mais ferramentas para construção pesada no Brasil.

 

"Sabemos que é possível que a economia desacelere como todo. No entanto, nos últimos dois anos, o setor de infra-estrutura no Brasil tem recebido pesados investimentos. Em 2009, mesmo com a crise, essas obras que já foram iniciadas não irão parar. Esse cenário dá-nos confiança de que haverá demanda para nossos produtos", disse Dragone.

 

Sob o ´guarda-chuva" Black & Decker, há cerca de seis submarcas. Uma delas é a Dewalt, que representa 25% do faturamento da empresa no Brasil e é a que produz ferramentas para construção pesada.

 

Faturamento cresce. Essa marca é a que mais tem chance de receber investimentos em 2009. O gerente de Marketing da Dewalt, Fábio Govina, disse acreditar que neste ano o faturamento da marca seja 35% superior ao obtido no ano anterior. Para 2009, a previsão de crescimento é de 15%.

 

Dragone, entretanto, explicou que a produção local de produtos que não são fabricados no Brasil, como alternativa às importações, dependerá dos desdobramentos da crise e das demandas urgentes do mercado interno.

 

Para ferramentas muito complexas que a unidade da B&D não possui capacidade de produzir de imediato, a empresa pode optar por apenas montar o produto localmente, a partir da importação de certos componentes. Caso a demanda do mercado nacional por determinada ferramenta seja alta, a empresa terá de investir em ajuste de produção e força de trabalho.

 

"A complexidade do produto irá nortear o volume investido. É evidente que para adaptar a fábrica, há um período de maturação de produção de 6 meses, no mínimo", disse.

 

Dragone, contudo, acredita que o carro-chefe da companhia, que são os eletrodomésticos, em especial o ferro de passar roupa, manterão um bom ritmo de vendas em 2009, a despeito da possível redução do consumo, por conta do enxugamento do crédito, como efeito da crise.

 

Segundo o executivo, quando o crédito é reduzido, a população geralmente diminui o consumo de produtos com alto valor agregado, como carros e televisores.

 

"Os eletrodomésticos, por conta de seu baixo preço, são de consumo mais simples em tempos de arroxo na economia", completou.

 

Do faturamento total da B&D, 49% devem-se aos aparelhos domésticos; ferramentas para bricolagem (furadeiras e lixadeiras para a casa) respondem por 25%; produtos Dewalt representam outros 25%; e 1% deve-se a produtos secundários.

 


Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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