Empresa quer reduzir de 100% para 40%, num período de quatro anos, a participação do açúcar em seu faturamento
A Cosan Alimentos quer reduzir a participação do açúcar de sua receita de atuais 100% para perto de 40% nos próximos quatro anos. A afirmação é do presidente da empresa, Colin Butterfield.
O caminho para a diversificação das operações da Cosan Alimentos já vem sendo construído há alguns anos mas agora, com a separação da empresa do Grupo Cosan, a partir de primeiro de julho, essa estratégia deverá ser acelerada.
Butterfield explica que a Cosan Alimentos pretende se diversificar procurando oportunidades no setor de bens de consumo alimentícios não perecíveis, principalmente aqueles que fazem parte da cesta básica.
Entre os setores mais visados para a Cosan estão a cadeia de trigo, através de bolos e biscoitos e massas, e o setor de café, com o renascimento da marca Café União.
Atualmente, o carro chefe da empresa é o varejo de açúcar refinado, com marcas como Açúcar União e Da Barra que, juntas, possuem mais de 30% de participação do mercado.
Segundo ele, os setores de café e trigo possuem nichos e produtos ainda não explorados no mercado brasileiro.
"Existem muitas áreas no setor de alimentos que não estão sendo atendidas no Brasil e queremos aproveitar essas oportunidades existentes", disse ele, que preferiu não detalhar quais seriam estes nichos.
O executivo afirmou, contudo, que para atingir a meta de diversificação da empresa, a Cosan Alimentos pode procurar parcerias com outras companhias já consolidadas nos mercados onde pretende entrar.
Potencial. Com a criação da Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, as usinas produtoras de açúcar ficaram concentradas na Raízen, o que torna a Cosan Alimentos uma potencial cliente da Raízen.
"Mas a independência da empresa do Grupo Cosan também dá liberdade para a empresa de ir buscar as matérias-primas no mercado e não apenas na Raízen", afirma ele. Até a criação da Raízen, a originação de açúcar da Cosan Alimentos era praticamente realizada com produto da própria Cosan.
O executivo afirma que a Cosan Alimentos já está conversando com várias empresas para possíveis parcerias. "É mais viável se associar a uma empresa já existente do que criar tudo a partir do zero. Existem empresas muito boas nas áreas que queremos entrar e que criariam uma boa sinergia", disse.
O objetivo, segundo ele, é replicar nessas novas áreas a liderança vertical que a Cosan Alimentos possui no mercado de açúcares. O faturamento da Cosan Alimentos ultrapassou o R$ 1 bilhão no último ano fiscal.
Mesmo no setor de açúcar, a Cosan Alimentos está fortalecendo sua posição em produtos diferenciados, como o União Light, um açúcar que possui a metade das calorias existentes no açúcar normal.
Segundo Butterfield, trata-se de um açúcar de poder adoçante maior, o que requer o uso da metade do volume normal, por isso a redução de calorias.
Retorno. Vendido para a empresa Sarah Lee em 2000, a marca Café União deve voltar às prateleiras, depois que o período de 10 anos que a Sarah Lee tinha para utilizar a marca expirou.
O executivo disse que a Cosan Alimentos pode voltar a investir também no mercado de achocolatados e outros itens, mas o foco seria, em um primeiro momento, nos produtos componentes da cesta básica.
No início do ano, a empresa vendeu sua linha de achocolatados, gelatinas e mistura para bolos com a marca Da Barra para a Coroa Participações por R$ 25 milhões.
Veículo: O Estado de S.Paulo