A safra do mamão deve ser menor este ano, na Bahia. Mesmo assim, os agricultores não têm do que reclamar. O preço reagiu e a lucratividade aumentou. A fazenda em Mucuri, no extremo sul da Bahia, é a única no Estado que exporta mamão para os mercados americano e europeu. Depois dos investimentos para atender as exigências do mercado internacional, a tecnologia tem ajudado a aumentar a produtividade. O melhoramento genético fez o produtor Ulisses Brambini passar a colher entre 90 e cem toneladas por hectare contra 60 toneladas antes do início das pesquisas.
"Hoje, só vai ficar no mercado quem fizer investimento na parte tecnológica. Isso envolve pensar em produzir mais em áreas menores", disse Brambini. Um dos mais importantes produtores de mamão do México veio conhecer o trabalho desenvolvido na fazenda. O extremo sul baiano é a região onde mais se produz mamão no Brasil. São 300 produtores. Em dois anos a área plantada cresceu 14%. Passou de 11,2 mil para 12,8 mil hectares. No ano passado, de acordo com a ADAB, Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, a produção foi de 720 toneladas. Por causa de variações no clima, principalmente a falta de chuva, a produção de mamão no extremo sul este ano deve ser menor. Espera-se uma redução de 20% a 30% com relação ao ano passado. Mas isso não tem sido problema.
Com a diminuição da oferta, os preços no mercado interno começaram a subir. Em uma semana, o quilo do mamão havaí passou de R$ 0,10 para R$ 0,35 e do mamão formosa foi de R$ 0,60 para R$ 0,90. ?Vai nos permitir fazer maiores investimentos nas roças, na recuperação de máquinas, recuperação de novas áreas, dá para cuidar melhor dos pomares, ter melhor qualidade de fruto. Enfim, é conseqüência de uma injeção de capital para melhorar. O nosso setor estava meio desanimado?, falou o agricultor Orlando de Oliveira. Em agosto, a caixa com 3,5 quilos de mamão era exportada para os Estados Unidos por R$ 9,70. Agora, vale R$ 12,90.
Veículo: Globo Rural