O clima frio também já provocou estragos em outras culturas de diferentes regiões do país. No Paraná, a produção das lavouras de milho safrinha e de trigo devem ficar abaixo do esperado por conta das geadas do fim de junho. Conforme informou na semana passada o Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à Secretaria de Agricultura do Paraná, as geadas provocaram uma quebra de 35% na safrinha de milho e de 9% na de trigo, lavouras concentradas nas regiões norte e oeste do Estado.
A expectativa inicial era de uma produção de 8,12 milhões de toneladas de milho na safrinha do Paraná. Após as geadas, a previsão foi reduzida para 5,31 milhões de toneladas, uma queda de 34,6%. Além de sofrer com as geadas, a safrinha já havia afetada pela estiagem no Paraná.
A produção de trigo, estimada inicialmente em 2,86 milhões de toneladas no Paraná deve cair para 2,61 milhões de toneladas, 8,7% de queda, em decorrência das geadas, segundo o Deral.
Nas lavouras de café, o impacto foi apenas marginal. As geadas passaram ao largo das principais regiões produtoras, em São Paulo e Minas e Gerais. Houve registros de pequenos danos apenas no Paraná, que responde por menos de 8% da produção nacional. "O que mais ouvimos em todos os lugares é que a ameaça de geada foi muito grande, mas bateu na trave", afirma Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes.
O clima frio não poupou nem as lavouras de algodão do país. As baixas temperaturas atrasaram a maturação das maçãs do algodão, o que está impedindo a colheita da pluma. De acordo com a Associação Brasileira de Algodão (Abrapa), até a semana passada apenas 15% da área brasileira de algodão (estimada pela Conab em 1,391 milhão de hectares) havia sido colhida. O percentual costuma ser de 25% nessa época do ano. O Centro-Oeste e oeste da Bahia concentram a produção de algodão do país.
O frio também provoca um maior escoamento de bovinos nas regiões de pecuária do país, já que as baixas temperaturas afetam a qualidade das pastagens.
Veículo: Valor Econômico