A expansão da cultura de cana, o preço da mão de obra e do arredamento do pasto no Estado de São Paulo nos últimos anos criaram uma nova "rota das abelhas" no Brasil.
O Nordeste ganha relevância como produtor.
"São Paulo ficou saturado. Hoje o apicultor tem dificuldade para arrendar pasto apícola no Estado, enquanto no Nordeste há muitas áreas livres e mão de obra de agricultores familiares ", diz Joelma Brito, da Abemel (associação de exportadores).
Um "clima de oportunidade" impulsiona a produção nordestina, segundo Brito.
"Abelhas só começam a ser criadas no Nordeste de forma racional nos anos 1980. Depois veio apoio do Banco do Nordeste. A exportação é relativamente recente", diz Darcet Souza, da Universidade Federal do Piauí.
A base da extração do mel é feita pelas abelhas por meio das flores, ausentes na produção de cana. "O avanço da cana pode ter impactado São Paulo. Houve desmatamento do cerrado", diz Souza.
O professor cita a introdução do agrotóxico, que interfere na aceitação no exterior.
As culturas silvestres, em plantações de cipó uva e assa-peixe, por exemplo, produzem mel mais claro e de maior qualidade.
O preço internacional é baseado em aspectos rigorosos como cor, umidade e quantidade de contaminantes.
Em maio, as exportações de mel no país tiveram alta no valor (US$ 8,2 milhões) e queda em volume (2,6 mil toneladas), segundo o Sebrae.
"Hoje, acabamos buscando mais em Minas e no Paraná", afirma Raul Ferreira, da Apis Flora, fabricante de derivados como própolis, mel e fármacos.
Veículo: Folha de S.Paulo