A comercialização da farinha de mandioca oriunda de cooperativas da Região Agreste, que será feita pela rede varejista, deverá beneficiar diretamente cerca de 500 agricultores familiares. Eles beneficiam a raiz em 40 casas de farinha da região e, pela primeira vez, vão colocar seu produto nas grandes redes de supermercados.
A ação tem o apoio do Programa Brasil sem Miséria, do governo federal, e faz parte de uma articulação coordenada por uma série de parceiros, entre eles o governo do Estado, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Sebrae/AL e o Arranjo Produtivo Local (APL) de Mandioca no Agreste.
No início desta semana, numa reunião entre os parceiros, representantes da Cooperativa Agropecuária de Campo Grande (Cooperagro), que produz a farinha, e dos supermercados, ficou definido que a primeira compra vai ocorrer até o final do mês de julho e será de 12 mil quilos por semana.
Também ficou resolvido um dos principais gargalos, que seria a logística de distribuição. Ela será feita pela Cooperativa Pindorama, que já tem mais de 2 mil pontos de distribuição em todo o Estado. Assim, a Cooperagro vai levar a farinha pronta e embalada até a Pindorama, em Coruripe, e de lá ela será distribuída em toda a rede.
“A maior conquista até agora foi a gente entrar numa rede de distribuição já pronta, que é a Pindorama”, ressaltou o presidente da Cooperagro, Eloísio Lopes Júnior. “Agora, nos supermercados, sabemos que é um espaço muito competitivo”, observou a superintendente de Fortalecimento da Agricultura Familiar, Inês Pacheco, da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri).
Com a venda da farinha para os supermercados, os agricultores familiares vão receber, por quilo do produto, o valor mínimo de R$ 0,88, que é o valor pago pela Conab nas compras para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Esse valor poderá até ser maior, mas nunca inferior. Esse será o preço mínimo, de referência”, explicou Inês Pacheco, da Seagri.
Ainda segundo Eloísio Lopes Júnior, a farinha de mandioca produzida pelos agricultores familiares da Região Agreste já tem qualidade comprovada em laboratório, de acordo com portaria definida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Nossa farinha é do Tipo 1, média branca, ou seja, com granulometria média”, detalhou.
De acordo com o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário, Jorge Dantas, a farinha de mandioca é apenas o primeiro produto que, dentro desse programa, será vendido para os supermercados. “A nossa intenção é incluir, depois, outros produtos oriundos da agricultura familiar. Há um leque de possibilidades muito grande, mas ainda estamos trabalhando na definição”, afirmou.
“Assim como a pecuária de leite é uma vocação do Sertão, a produção de farinha de mandioca é uma das vocações do Agreste, e temos a determinação do governador Teotonio Vilela de apoiar quem está produzindo, quem precisa de mercado para comercializar sua produção”, completou o secretário.
Veículo: Agência Alagoas