Contaminação com bactéria leva a recall de antisséptico oral

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Empresa vai recolher 10 milhões de garrafas de certos tipos de Oral-B fabricados na Colômbia, diz comunicado

 

Unidades produzidas no Brasil não oferecem risco; micróbio pode trazer problemas para pessoas já debilitadas

 

A presença de uma bactéria que pode atacar pessoas com organismo debilitado levou a empresa Procter & Gamble a recolher algumas versões do antisséptico bucal Oral-B, fabricadas de forma terceirizada na Colômbia.

 

Segundo a assessoria de imprensa da fabricante, são cerca de 10 milhões de garrafas, com volumes de 2 litros, 750 ml e 500 ml.
A empresa não diz quantas garrafas produz no total, argumentando que se trata de "informação estratégia", mas afirma que se trata de "parte muito pequena" das unidades disponíveis.
"As demais versões e aqueles produzidos no Brasil atendem a todas as especificações de qualidade e continuarão disponíveis para os consumidores", diz comunicado.

 

A empresa não informou como a contaminação ocorreu, mas o micróbio por trás do problema é o Burkholderia anthina, bactéria que não deve afetar pessoas imunocompetentes, ou seja, nas quais o sistema imunológico de defesa do organismo está em bom estado.

 

É o que explica o médico David Uip, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. "Ele costuma causar infecções oportunistas em pessoas com doenças crônicas", diz ele.

 

FIBROSE CÍSTICA

 

Uma das doenças em que há mais riscos de ataque da B. anthina é a fibrose cística, na qual há um acúmulo de muco e inflamações nos pulmões, ambiente que favorece a multiplicação do micróbio.

 

As bactérias desse grupo, por isso mesmo, tendem a invadir o paciente pelo sistema respiratório. "A via de entrada normalmente é por aí", diz Uip. Além desse problema, o micróbio também pode desencadear sepse (infecção generalizada em que há inflamação no organismo todo, podendo levar à morte).

 

Segundo Uip, um dos agravantes na doença que vitimou o presidente Tancredo Neves, que estava suscetível a infecções hospitalares, foram bactérias parecidas.
Pessoas saudáveis não devem ter problema algum com o antisséptico contaminado, embora quem tenha passado por transplante de órgãos ou esteja usando medicamentos que fazem cair a imunidade natural do organismo inspire mais cuidados.

 

A Procter & Gamble diz que está recolhendo das lojas os produtos contaminados. Também incentiva os consumidores a descartar o produto em casa. É possível ver se a garrafa veio da fábrica colombiana verificando o verso da embalagem de Oral-B.
Depois de jogar fora o antisséptico, orienta o fabricante, deve-se guardar a embalagem e ligar para o serviço de atendimento ao consumidor da empresa. Os telefones estão no quadro à direita. O horário de atendimento é das 8h às 19h, todos os dias.

 

Veículo: Folha de S.Paulo


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