Há até casos de destruição de produtos mau armazenados
As reclamações no Procon de Limeira envolvendo alimentos estragados somam uma média mensal de 100 - ao menos três por dia. Quem revela é o coordenador do órgão, José Reinaldo de Campos Júnior. Ele recomenda seguir alguns procedimentos (leia texto nesta página).
Na semana passada, 300 quilos de queijo foram apreendidos e destruídos pela Vigilância Sanitária. O motivo foi a falta de registro do produto. Anteontem, uma mulher e seu filho teriam passado mal após consumir salame, adquirido num supermercado de Limeira no mesmo dia.
"A minha esposa comprou uma peça inteira e pediu para fatiar. Quando cheguei em casa, ela e meu filho já tinham comido. Aí percebi que o cheiro não estava legal. Durante a madrugada, eles passaram mal. Tiveram diarreia e vômito", conta o vendedor Roberval Rossi.
E o que ele fez ontem? Procurou o supermercado em que a peça de salame foi comprada. Do local, ele saiu insatisfeito, pois nenhuma providência foi tomada.
Sem uma resposta do supermercado, Rossi dirigiu-se à Vigilância Sanitária. Ele conta que o atendimento não teria sido satisfatório. "Nesses dois locais, percebi que o consumidor não tem seus direitos respeitados. É um descaso. Vou agora tentar contato com o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor)", disse.
O alimento, segundo Rossi, estaria dentro do prazo de validade e é de uma marca com grande aceitação no mercado. Se não estava vencido, o que pode ter acontecido é o mau armazenamento do produto.
Por isso, o diretor da Vigilância Sanitária, Alexandre Ferrari, pede cuidados quanto ao armazenamento de frios e carnes nesta época de baixa temperatura. "É importante mantê-los refrigerados", cita.
Sobre as queixas de atendimento, Ferrari afirma que todas as medidas foram tomadas. Uma nutricionista foi chamada e ela teria constatado que o salame estava estragado. "Não podemos apreender o produto. O que vamos fazer é investigar o local de venda", fala. O alimento apresentado por Rossi foi fotografado. A foto será incluída no processo.
INVESTIGAÇÃO
A denúncia foi registrada e, segundo Ferrari, o supermercado será investigado. "Vamos checar se há condições de manipulação ou armazenamento do produto. Se algo for constatado, o estabelecimento pode ser autuado", revela. E dentre as penalidades previstas estão advertência, multa, interdição parcial ou total do setor em que o alimento é comercializado. "Sem contar a inutilização do produto", conta o diretor da Vigilância Sanitária.
Procon orienta como agir
Segundo o coordenador do Procon, José Reinaldo de Campos Júnior, reclamações sobre alimentos estragados devem seguir algumas regras.
O primeiro passo é apresentar um relatório médico, onde é mencionada a causa do problema, se houver danos à saúde. A exibição da nota fiscal também é importante, para que o dinheiro possa ser devolvido - nesse caso, por quem vendeu. Outra coisa é acionar o telefone 0800 da empresa fabricante do produto. "É fundamental reclamar com o fabricante e com o estabelecimento que fez a venda", orienta.
O Procon costuma notificar as duas pontas - empresa fabricante e local da comercialização do produto. "E se for o caso, comunicamos a Vigilância Sanitária, para verificar se o alimento é acondicionado de maneira correta", fala.
Campos Júnior também orienta o consumidor a guardar a embalagem e, se possível, o produto. Eles servem de prova. "Guardar o comprovante de despesas com remédios também é bom. E vale lembrar que em situações mais graves, a pessoa pode procurar a Justiça", comenta.
Veículo: Jornal de Limeira - SP