A feijoada pode ficar mais cara devido a queda das exportações de produtos agrícolas da China que podem diminuir por causa da apreciação do iuane. O Brasil importa grande parte do feijão preto do país asiático. Produtores de alimentos, temem que a firmeza da moeda chinesa, bem como despesas maiores com mão de obra e matérias-primas, reduzirão as já pequenas margens de lucro, que são de apenas 2% a 3% para muitos. Eles preveem que Pequim manterá a taxa de câmbio estável, tendo em vista que a indústria é muito sensível às oscilações cambiais, disse o ministério em um relatório. "Manter a taxa de câmbio estável em um nível razoável e equilibrado é do interesse do setor agrícola da China, dos processadores e exportadores de produtos agrícolas", informou o órgão. O iuane avançou cerca de 6% em relação ao dólar desde junho de 2010, quando o BC chinês aumentou a flexibilidade da taxa de câmbio. A apreciação da moeda chinesa pode levar ao colapso de alguns setores agrícolas do país, revelou o ministério, sem entrar em detalhes.
O governo chinês deve elevar o desconto dos impostos cobrados sobre os embarques de importantes itens agrícolas, como carne de aves, suínos e produtos de aquicultura, para uma maior competitividade global. É muito mais difícil para os exportadores de produtos agrícolas que para os fabricantes de bens industriais compensar as perdas resultantes da valorização do yuan devido às margens de lucro mais baixas e à menor produtividade.
Em 2010, as exportações de produtos agrícolas da China somaram um recorde de US$ 48,9 bilhões, alta de 24,7% frente ao ano anterior. O montante representou 3,1% do total arrecadado com os embarques chineses.
Veículo: DCI