Embaré entra no mercado de leite

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Empresa vai disputar com grandes do setor de longa vida

 

A veterana Embaré, tradicional fabricante mineira de derivados de leite e caramelos com 76 anos de vida, entra na disputa de um novo e promissor mercado, o do leite longa vida (UHT). Investimentos de R$ 24 milhões foram aplicados para colocar o projeto de pé na fábrica das marcas Embaré e Camponesa, em Lagoa da Prata, no Centro-Oeste de Minas. A nova linha já nasce em área preparada para abrigar o dobro da capacidade de processamento de 300 mil litros de leite por dia nesta etapa inicial. Dentro de um ano e meio a dois anos, a Embaré pretende abocanhar 10% do consumo do produto em Minas Gerais, no interior do Rio de Janeiro e no Espírito Santo, regiões que elegeu para distribuição, informa o vice-presidente de gestão e finanças da empresa, Hamilton Antunes, que comemora as boas perspectivas de vendas no segmento.

 

Disputam o mercado brasileiro de leite longa vida as grandes companhias de lácteos, a exemplo da Nestlé, Batavo, Elegê e a também mineira Itambé. A Embaré entra na briga com a marca Camponesa, lançada em três versões já disponíveis hoje no varejo, em embalagens Tetra Pak com tampa de rosca. O leite integral é enriquecido com ferro, vitaminas A, C e D; a linha do semi-desnatado chega na apresentação fortificada com os mesmos ingredientes e o leite zero contém cálcio e as vitaminas A e D. “Vamos concorrer com as marcas líderes do mercado, mas chegamos com um produto premium e apresentação em embalagem diferenciada”, afirma Hamilton Antunes.

 

CAPTAÇÃO PREMIADA A Embaré adquiriu equipamentos de alta tecnologia e travou uma batalha para garantir aumento suficiente da captação de leite numa região onde a oferta do produto é concorrida. Segundo o vice-presidente de operações industriais da empresa, Alexandre Antunes, um programa de incentivo aos produtores rurais de uma forte bacia leiteira de Minas tem a missão de permitir o aumento de 1,8 milhão a 2 milhões de litros de leite por dia captados para a fábrica dentro de um ano e meio. De todo esse volume direcionado às linhas de produção de lácteos e caramelos, 85% são captados num raio de 150 quilômetros da unidade industrial. Os pontos mais distantes ficam a 470 km, no Oeste do estado.

 

Independentemente do poder de compra do consumidor, pondera Hamilton Antunes, a Embaré vai atrás do cliente que opta pela qualidade e a praticidade do leite longa vida. A estratégia de ingresso da empresa nesse mercado tem ainda por meta abrir nichos de vendas para as linhas tradicionais de produção. A fábrica produz leite em pó, leite condensado, creme de leite, bebida láctea, manteiga e doce de leite, com capacidade de ofertar 1,6 mil toneladas por mês, e a linha de caramelos, dimensionada para 2,150 mil toneladas mensais, parte delas destinada a 41 países.

 

“A nossa nova linha será ponta de lança para trabalharmos novos canais de vendas para as demais linhas de produtos lácteos”, afirma Hamilton Antunes. A oferta do leite em pó da marca Camponesa, que ocupa 80% da capacidade total de produção tem sido concentrada no Norte e Nordeste. Para ingressar no mercado do leite UHT , a Embaré expandiu a fábrica de Lagoa da Prata de 32,5 mil a 34 mil metros quadrados de área construída e vai acrescentar 100 trabalhadores ao seu quadro de 1,350 mil empregados. Sobre o antigo projeto de construir uma unidade industrial no Rio Grande do Sul, Antunes diz que a intenção era investir nas vendas ao exterior, plano inviável no momento, ante o dólar fraco frente o real.

 


Veículo: O Estado de Minas


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