Produção de rosas, flores e plantas ornamentais deve crescer 15% neste ano na região.
A produção de rosas, flores e plantas ornamentais em Barbacena (Campos das Vertentes) deve crescer 15% neste ano, rendendo em torno de 46 milhões de flores. O impulso virá da demanda aquecida, principalmente no mercado interno, e do maior investimento em novas variedades. No próximo ano deverá ser inaugurada a nova sede da Associação Barbacenense de Rosas, Flores e Mudas (Abarflores), que será utilizada para fomentar a capacitação da cadeia do setor.
Entre as ações previstas para 2012 estão a formação de mão de obra na região, considerado hoje o principal gargalo para o avanço da produção de flores, atualização dos profissionais e maior divulgação das novidades e tecnologias para o segmento.
As expectativas em relação ao desempenho do setor para os próximos meses são positivas, já que o período apresenta clima mais quente, o que impulsiona a produção e favorece a expansão do mercado. Devido à valorização do câmbio, as exportações do segmento foram inviabilizadas.
Segundo a presidente da Abarflores, Sheila Brandão Lochi, a intenção é incentivar o aumento da produção na cidade, com foco na ampliação da produtividade. Além disso, os produtores da região estão investindo cada vez mais na capacitação da mão de obra, o que é essencial para aprimorar o manejo, reduzir as perdas e preservar a qualidade das flores.
No ano passado foram produzidas na região cerca de 40 milhões de flores, o que representou um incremento de 25% frente à produção obtida no ano anterior. As rosas respondem por 80% do cultivo na região.
Segundo Sheila Lochi, os floricultores têm ampliado os aportes na cultura ao longo dos últimos anos. Os investimentos são destinados principalmente à melhoria na qualidade das flores, ampliação da variedade de espécies, tamanhos e cores. O principal objetivo é atender à demanda crescente por flores duradouras e diferenciadas. De acordo com ela, as flores cultivadas na região são de 50 variedades, e em 2010 foram introduzidos 10 novos tipos de cultivares.
Devido à valorização do câmbio, as exportações de flores foram afetadas, mas mercado interno supriu a oferta
Descompasso - O aumento da produção de flores no município é considerado lento se comparado com o crescimento da demanda. A ampliação dos pontos de vendas para supermercados e feiras são os principais fatores que impulsionaram a demanda. Além disso, o aumento da renda das famílias também incentiva o consumo.
Segundo informações da Abarflores, para montar uma estufa com capacidade produtiva para 10 mil mudas de rosas o investimento mínimo necessário é de R$ 30 mil. O resultado da comercialização pode gerar lucro próximo a 200% para o produtor. Mesmo oferecendo alta rentabilidade, o município possui cerca de 50 produtores. Do total, 25 são associados à Abarflores. A atividade é responsável pela geração de 1,5 mil empregos diretos.
Outra barreira enfrentada pelo setor é a baixa disponibilidade de mão de obra especializada, o que acaba aumentando os custos de produção, já que os empresários precisam investir na capacitação. As despesas com pessoal chegam a representar cerca de 30% dos custos da atividade.
"Por ser um produto sensível, a colheita das flores deve ser feita manualmente. Por isso, os funcionários precisam passar por cursos de especialização para evitar o corte irregular e diminuir os níveis de perdas. Além da escassez de mão de obra capacitada, estamos convivendo muito com a migração para outros setores ou estados que ofereçam melhores salários", disse Sheila.
Cerca de 40% da produção de flores em Barbacena são destinados ao Estado do Rio de Janeiro. O produto também é comercializado no Espírito Santo, Juiz de Fora (Zona da Mata) e em Belo Horizonte.
Até 2010, nos períodos de alta produção, primavera e verão, cerca de 30% das flores eram exportadas para Portugal. Os embarques, que tinham o objetivo de equilibrar a oferta no mercado interno e garantir preços rentáveis para os produtores, foram suspensos devido ao câmbio valorizado. Mesmo com a suspensão das negociações, o segmento manteve o rendimento em alta, uma vez que o mercado interno absorveu bem a produção.
Veículo: Diário do Comércio - MG