Limão mais azedo em BH

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Depois de quatro deflações consecutivas, Belo Horizonte voltou a ser a capital da inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e cuja função é detectar com agilidade mudanças na trajetória dos preços de produtos e serviços, fechou a semana passada com alta de 0,22%. O indicador foi 0,32 ponto percentual (p.p.) superior ao resultado anterior (-0,10%). Foi a maior alta entre as sete cidades pesquisadas pela FGV. A média nacional passou de 0,01% para 0,17%.

 

Os preços de cinco dos sete itens que formam o IPC-S em BH subiram no período, com destaque para o conjunto da alimentação, cujo índice avançou 0,33%. Nesse caso, os vilões foram as frutas, sobretudo o limão (57,7%), o abacaxi (10,86%) e o mamão papaia (8,34%). “O que comandou a troca de número negativo para positivo foi, sobretudo, o item frutas. Na semana passada, o limão havia subido 36%. Os preços de frutas continuarão em patamares altos, dado a pouca oferta”, avaliou o economista André Braz, da FGV.

 

O aumento do limão e do abacaxi, porém, foi bem maior em alguns estabelecimentos. “Há 15 dias, o quilo do limão era vendido a R$ 0,79. Agora, sai por R$ 1,99. O do abacaxi, no mesmo período, passou de R$ 1,99 para R$ 3,49. Infelizmente não há como deixar de repassar a diferença para o consumidor”, afirmou Clênio Neris, gerente de um sacolão no Centro da capital.

 

Outros comerciantes optaram por reduzir a margem de lucro e assumir o custo maior. É o que fez Heloísa Rodrigues, gerente de uma lanchonete na Rua São Paulo, onde a limonada suíça tem boa saída. “Há dois meses, comprava o pacote com 10 limões por R$ 1. Hoje, pago R$ 2. Decidimos manter o preço da limonada para não perder a clientela”. A boa notícia, avalia Braz, é que o limão e o abacaxi não são produtos tão essenciais quanto outras mercadorias: “Essas frutas podem ser substituídas. Porém, quando usadas para cálculo da inflação, têm impacto relevantes”.

 

Outros conjuntos, como o de transportes (0,37%), tiveram alta até maior do que o da alimentação, mas a escalada de alguns componentes desse item já vem ocorrendo há alguns meses. No caso dos transportes, um dos vilões é a gasolina – há postos na capital mineira vendendo o litro a R$ 2,99. Pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que o valor médio do produto na cidade subiu 0,2% entre a primeira e a segunda semanas de agosto, de R$ 2,747 para R$ 2,753.

 

ADAPTAÇÃO

 

Já estudo do site Mercado Mineiro revelou que entre o fim de julho e a semana passada o aumento foi mais elástico: 2%. Nesse levantamento, o preço médio do litro passou de R$ 2,744 para R$ 2,80. As sucessivas altas da gasolina levaram moradores a deixar o carro na garagem e optar pelo transporte público. Há quem estude, porém, comprar kit gás para o veículo, como Rodrigo Melo de Oliveira. “Está difícil abastecer em Belo Horizonte. Não lembro mais a última vez que abasteci o carro com álcool. Penso em adaptar o veículo para rodar com gás. Só vou saber se vale a pena depois de fazer a experiência”, diz.

 


Veículo: O Estado de Minas


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