A Lupo, empresa familiar de Araraquara (SP), busca atualmente alternativas para reduzir a dependência das meias, seu "produto símbolo": a ideia é ganhar mercado com apostas de maior valor agregado, como lingerie e roupas esportivas.
Fundada há mais de 90 anos, a companhia tem 200 lojas franqueadas e está presente em 35 mil pontos de venda em todo o Brasil. Agora, de acordo com o diretor comercial da empresa, Valquírio Cabral Júnior, o objetivo é partir para lojas temáticas.
A companhia já se inspirou na rede popular Marisa, abrindo uma unidade exclusiva para roupas íntimas na Rua Oscar Freire, tradicional centro de comércio de alto padrão na capital paulista. Até o fim deste ano, a Lupo deverá tirar do papel a intenção de inaugurar uma unidade exclusiva para os produtos para práticas esportivas da marca, como camisetas, tops e calções.
Todo esse movimento, diz Cabral Júnior, tem o objetivo de reduzir a dependência da companhia das meias, seu mais tradicional produto. Hoje, dois terços do faturamento da empresa - que deve atingir R$ 700 milhões em 2011, uma alta de quase 30% sobre os R$ 540 milhões do ano passado - vêm das meias e meias-calças. As roupas íntimas masculinas vêm em seguida, com 15%, seguidas da linha de lingerie feminina "confortável", também com 15%. Os pijamas e as roupas esportivas complementam as receitas da empresa.
A Lupo tem consciência, segundo o executivo, de que as franquias - que começaram há mais de 15 anos - têm apenas um caráter complementar ao faturamento. Segundo ele, o que garante a capilaridade e aceitação da marca é o varejo multimarca. "Com a minha clientela de 35 mil lojas, consigo ter três ou quatro revendedores da Lupo em uma só cidade de 30 mil habitantes", explica Cabral Júnior.
Segundo o consultor Marcelo Cherto, presidente do Grupo Cherto, uma das vantagens da Lupo sobre a concorrência é justamente o portfólio "democrático": "Com uma oferta mais ampla, a empresa consegue um público mais diversificado".
Veículo: O Estado de S.Paulo