Donas de casa de mais 40 anos são a clientela mais assídua das redes que atuam no modelo 'atacarejo', como Assaí, Atacadão, Roldão, Makro - a despeito da vocação do formato para a prestação de serviços a pequenos e médios varejistas (donos de bares, restaurantes, lanchonetes, padarias, etc.), E diferentemente do que se imaginava, a maioria dessas clientes não está nas classes C e D, de olho nos preços mais competitivos dos produtos: ao contrário, elas pertencem às faixas de renda A e B. A busca pela agilidade da compra seria o motivo, de acordo com uma pesquisa da consultoria inglesa Kantar Wordpanel obtida com exclusividade pelo DCI.
O estudo revela um mercado em ascensão no Norte, Nordeste e Rio de Janeiro. Sob o ponto de vista do consumidor, o crescimento do segmento é justificado, na opinião da diretora de Varejo da Kantar Wordpanel, Fátima Merlin: "O cliente entra e sai rapidamente do estabelecimento, fazendo aquisições mais racionais, o que motiva a decisão de compra".
Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de São Paulo (Sincovaga), Álvaro Furtado, a expansão do modelo atacadista em terras cariocas se deve a uma questão geográfica. "Intuitivamente, acredito que a geografia da cidade favorece esse modelo. Os morros são ocupados por pequenos botecos, biroscas que não têm acesso direto aos distribuidores, então vão aos atacados, que também são 'atacarejos'", analisou Furtado.
Com crescimento real médio de 8% a 10% ao ano, o atacado faturou R$ 151,2 bilhões em 2010, e deve manter o ritmo este ano.
Veículo: DCI