Na Arno, panela cresce mais que eletro

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Nem cafeteiras, batedeiras, ferros de passar ou ventiladores. A linha de produtos que mais deve crescer este ano no Grupo SEB, dono da Arno, será a de panelas: um aumento de 30%, o dobro dos 15% do grupo como um todo. Líder mundial da categoria, e dono de metade do mercado de panelas no Brasil, que movimenta cerca de R$ 300 milhões ao ano, o grupo aposta nas vendas do último trimestre para atingir a meta.

Com novos produtos, que incluem uma linha colecionável de panelas "desmontáveis", o SEB reposicionou as marcas Panex e Rochedo, lançou uma tecnologia para panelas de pressão Clock e decidiu descontinuar o nome Penedo, no mercado desde 1950.

"Percebemos que havia sobreposição entre as marcas do grupo para panelas, sem um foco de público ou de produto", diz Marcelo Vienna, vice-presidente de vendas e marketing do Grupo SEB. A partir de agora, a marca Panex, de produtos antiaderente e inox, será a de primeiro preço. A Rochedo, principal marca do grupo, criada em 1913, terá produtos de mais alto valor, de inox, alumínio polido e antiaderente. Ainda assim, o preço da Rochedo ficará abaixo das importadas Tefal e Lagostina.

Para atender a expectativa de demanda, a empresa aumentou este ano em 50% a capacidade de produção nas fábricas de São Bernardo do Campo e de Recife e quadruplicou os investimentos na categoria, não revelados. "Aumentamos a produtividade das plantas, para compensar a alta no preço de matérias-primas como o alumínio, que não foi repassada para os produtos até agora", diz Vienna. O volume de itens em inox importados da França e da China também vai crescer, para fazer frente à concorrência com a Tramontina, única fabricante local de panelas nesse material. A marca gaúcha é líder em panelas de inox, único segmento que o Grupo SEB ainda não domina.

O executivo avalia que as panelas chinesas de inox, que invadiram o mercado nos últimos anos, com preços acessíveis, não são um risco às marcas do grupo. "O consumidor sabe que ganha muito mais ao comprar uma panela que dura 20 anos, como a nossa, do que a que cozinha por dois anos".

A Clock, de panelas de pressão, traz uma nova tecnologia na válvula, a Verticontrol, que solta o vapor para cima (e não para os lados, como é o convencional). No novo modelo, a tampa foi desenhada com dois recuos na borda, para expelir a borracha interna em caso de risco de explosão, e traz uma haste que permite liberar a pressão com mais segurança. "O consumidor não precisa colocar a panela debaixo d'água ou usar um garfo para conferir a pressão".

A linha Ingenio, de produtos colecionáveis, é a novidade da Rochedo. Copiada da francesa Tefal, a linha, nas versões inox e antiaderente, permite a venda do cabo em separado da panela. Sem o cabo, o utensílio vai do fogão à geladeira (ocupando menos espaço), ao forno (como uma forma) ou à mesa, servindo de travessa. Acessórios, como tampa de plástico hermética e ralador acoplado à panela, também são adquiridos à parte na linha.

No Grupo SEB, a venda de panelas significou 19% da receita de 2010, de € 3,65 bilhões. Na subsidiária brasileira, a venda de utensílios deve atingir R$ 172 milhões este ano, contra R$ 132 milhões de 2010, o que vai representar 23% do faturamento. No ano passado, as panelas já tinham crescido mais que o grupo, mas com uma distância menor: 20% contra 15%. Este ano, a expectativa é que as vendas totais do SEB cheguem a R$ 759 milhões, repetindo os 15% de alta.

Parte da receita deve vir da venda direta do grupo nas lojas Home & Cook. Hoje são 24 unidades em todo o país e mais três lojas devem ser abertas até o fim do ano.


Veículo: Valor Econômico


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