Ao refletir sobre as tendências do mercado de comunicação, durante o What´´s Next - evento promovido ontem pelo Grupo Meio & Mensagem -, presidentes de grandes redes internacionais de agências concordam em pelo menos dois pontos dois pontos. O primeiro deles é que vivemos um processo de mudança tão avassalador na comunicação global que as agências ainda não sabem perfeitamente como responder às novas demandas. O segundo tópico é que o consumidor ganhou uma importância ímpar nesse processo. Hoje, ele não só tem consciência desse poder como deseja interagir com as marcas. "Conseguimos alcançar nosso objetivo a partir do momento em que dialogamos com o consumidor de uma forma tal que o conceito da marca faça parte de seu dia-a-dia dele, sem ele perceber que se trata de publicidade", afirma o presidente mundial da Leo Burnett, Tom Bernardin.
O executivo diz acreditar que estamos vivendo uma nova era, a "era das pessoas". "Precisamos ter em mente que o consumidor deseja interagir cada vez mais com as marcas e nossos clientes", diz. O presidente global da DraftFCB, Laurence Boschetto, concorda. "É a primeira vez que o consumidor não só está no comando, mas manda em tudo", diz. Para Boschetto vivemos também a era do "Tempo Real". "Tudo acontece ao vivo, no mesmo instante, e é imprescindível entender o mundo em que vivemos", completa.
Boschetto destaca também o novo papel que as agências possuem ao lado dos clientes. "Hoje temos que ser parceiros, pois os clientes estão pressionados e precisam de direção para navegar em mares não conhecidos. Além disso, temos que estar por dentro do negócio , para mostrar como otimizar os investimentos em comunicação", afirma. "Isso tudo se deve ao atual momento por que passa a publicidade mundial, no qual o cliente quer saber exatamente o que estamos fazendo e qual é o retorno que ele tem de suas ações", completa.
Para o executivo, as agências passam a ter um novo papel na relação cliente-fornecedor. Essas empresas precisam funcionar como um catalisador das mudanças que ocorrem em todo o mundo e ter as respostas, "pois a comunicação está mudando em tempo real e o cliente precisa entender que nós podemos ajudá-lo, que nós temos as respostas", afirma Boschetto.
Mas encontrar as respostas não é tão fácil assim. "O que vimos aqui é que existe uma profunda falta de visão clara do que está por vir. Muito se falou de mudanças, mas o conceito de mudança aqui é de algo em transição e que não é passageiro. Daqui para frente, a mudança será permanente. Não há mais modelos. Teremos de dançar conforme a música", afirma o vice-presidente de estratégia e inovação da Y&R, Walter Longo. O executivo lembra que estamos num período em que a capacidade de adaptação será fundamental. É justamente aí que reside a grande chance de os executivos brasileiros sobressaírem, pois essa é uma das características do profissional brasileira, completa Longo.
Adaptação é o lema da Turner. Para o vice-presidente da companhia no Brasil, Rafael Davini Neto, o importante é se preparar para oferecer conteúdo para o telespectador onde ele estiver, no momento mais adequado e na plataforma que ele escolher. "Estamos nos preparando para produzir e distribuir nosso conteúdo para novas plataformas.
Veículo: Gazeta Mercantil