Com apostas de que o papel tende a se fortalecer como principal material para embalagens, o Centro Técnico de Pesquisas da Finlândia VTT inicia suas operações no Brasil em busca de parcerias e clientes no setor de papel e celulose. A finlandesa - especializada em desenvolvimento de tecnologias renováveis - quer apresentar às fabricantes de papel e celulose as novas oportunidades que surgem na área de embalagens.
"O mercado de papel está em declínio. Muitas empresas já estão migrando suas áreas de produção de papel para uma especialização em embalagens", afirmou o especialista em materiais renováveis do VTT, Ali Harlin.
Para se aproximar das empresas brasileiras, o VTT estabeleceu, no início do ano, um novo centro de pesquisas em Barueri (SP). O foco do centro na região é desenvolver tecnologias em biorrefinarias, ou seja, para a transformação de matérias-primas renováveis. Este é o primeiro centro da empresa fora da Finlândia.
"O Brasil é o 'ponto quente' das tecnologias renováveis no mundo", afirmou o diretor geral do VTT no Brasil, Nilson Zaramella Boeta. O executivo afirma que já está em conversações com as grandes empresas do setor de celulose e papel.
Na Finlândia, o VTT é o maior instituto de pesquisas governamentais em ciências aplicadas, mas 40% de seus clientes são empresas privadas, para os quais ela fornece tecnologias. O mesmo modelo de negócios deve ser seguido no Brasil, onde a empresa quer ainda captar recursos de instituições de fomento à pesquisa e realizar parcerias com universidades.
Dentre as tecnologias que já estão na mira da companhia aparecem a embalagem que muda de cor quando o alimento está estragado e a embalagem de papel transparente. A ideia, segundo os especialistas, é somar a funcionalidade ao apelo de sustentabilidade das embalagens.
Segundo levantamento apresentado pela VTT, o volume de negócios na indústria de embalagem somou globalmente US$ 662 bilhões em 2010, e deve crescer cerca de 3% por ano até 2014, para US$ 739,9 bilhões. Desse montante, cerca de 60% é representado pelo mercado de embalagens para o consumo.
Em 2010, as vendas somente do mercado de embalagens de papel somaram US$ 175,9 bilhões. As projeções apontam para um crescimento desse segmento para US$ 217,1 bilhões em 2015.
Veículo: Valor Econômico