Exportações de café perdem fôlego

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Mesmo embarcando um volume menor, a receita com as exportações de café do Brasil cresceu 38,8% em setembro em relação ao mesmo período do ano passado, a US$ 805,32 milhões - um recorde para o mês. Segundo o Cecafé, entidade que representa os exportadores, foram embarcadas 2,86 milhões de sacas (entre café verde, torrado e solúvel), o segundo melhor desempenho mensal de 2011.

Apesar disso, o volume foi 12,7% inferior ao observado em setembro de 2010, reflexo da menor disponibilidade de produto nesta safra 2011/12, iniciada em 1º de julho. A diminuição dos embarques foi, porém, mais do que compensada pela escalada dos preços internacionais no último ano.

Em 2011, a receita de exportação passa de US$ 6,12 bilhões, um salto de 66% em relação aos nove primeiros meses de 2010. O volume despachado alcançou 21,81 milhões de sacas, um crescimento de 6%. A expectativa do Cecafé é que a exportação este ano fique próxima de 33 milhões de sacas, repetindo o desempenho de 2010.

No entanto, a análise dos últimos 12 meses já mostra uma desaceleração no ritmo dos embarques. O volume exportado entre outubro de 2010 e setembro último - 34,29 milhões de sacas - foi o menor desde aquele registrado nos 12 meses até março deste ano.

Lúcio de Araújo Dias, superintendente comercial da Cooxupé, maior cooperativa de cafeicultores do país, diz que as exportações devem cair de modo mais acentuado no início de 2012. "Muitos embarques foram antecipados devido à forte demanda, mas a oferta é apertada. Vamos ter um cenário de escassez sem precedentes", alerta.

Dias acrescenta que o atraso no início da temporada de chuvas em Minas Gerais, onde as lavouras de café estão no período de floração, terá efeitos sobre a produção da safra 2011/12. "Tivemos uma pequena chuva no início da semana, mas o tempo ainda está seco. Algum prejuízo vamos ter."

Apesar do prognóstico, os preços internacionais mantiveram a tendência de queda das últimas semanas. Na sexta-feira, os contratos de café para março de 2012 caíram 990 pontos, para US$ 2,2770 por libra-peso. Ao longo do último mês, os contratos futuros do café recuaram mais de 20% na bolsa de Nova York, influenciados pela escalada de aversão ao risco nos mercados financeiros, pela queda do real ante o dólar e pela expectativa de recuperação da safra brasileira em 2012.


Veículo: Valor Econômico


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