Mundo Verde projeta triplicar número de lojas em São Paulo

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O consumo de produtos orgânicos, antes mais voltados para vegetarianos e clientes das classes abastadas, vai aumentar no público das classes C e D. Pelo menos esta é a aposta da rede de franquias Mundo Verde, que lidera esse mercado no Brasil e prevê faturar este ano cerca de R$ 200 milhões, com incremento de 10% da receita. Ao acreditar na demanda maior do novo nicho de mercado, a empresa anuncia planos ousados: atingir 350 lojas no Brasil em três anos, sendo que até 2014 cerca de 150 serão só no Estado de São Paulo. A perspectiva deste ano é contar com 200 lojas no País, 58 das quais em São Paulo.

O otimismo da Mundo Verde vem do perfil do público eco-consumidor (clientes mais atentos ao bem-estar), que agora é abrangente e não se limita às classes sociais mais abastadas. "Temos unidades em áreas como a Praça da Árvore [região da zona sul da capital paulista] e o Calçadão de Bangu [bairro periférico], no Rio de Janeiro. Elas estão entre as que mais fazem sucesso. Nós notamos um crescimento da procura por orgânicos na classe C e na D", esclarece ao DCI o diretor de Expansão da rede Mundo Verde, Marcos Leite.

Dois anos depois de ser vendida para o fundo de investimento (private equity) Axxon, a empresa começa a mostrar fôlego, tanto que passou por um processo de profissionalização e mais que dobrou a quantidade de franquias abertas nesse período. Cada uma hoje possui faturamento individual perto de R$ 110 mil mensais.

A marca nasceu no Estado do Rio de Janeiro, onde já tem seu mercado consolidado com 84 franquias, e agora busca expandir os negócios para outros Estados, além de migrar para o interior. Logo atrás do Rio de Janeiro, o estado com a maior quantidade de unidades de venda é São Paulo.

Em terras paulistas, o tíquete médio de um consumidor é de R$ 40, já que existem menos pontos de venda em comparação com o Rio de Janeiro. Segundo Marcos Leite, isso faz com que os frequentadores das unidades Mundo Verde comprem mais em uma única visita às lojas, enquanto no Rio de Janeiro o valor da compra é em média R$ 15 devido à maior quantidade de lojas e facilidade de acesso. Para 2012, a meta é abrir mais 50 lojas em âmbito nacional, cerca de 25 das quais estarão concentradas só no Estado de São Paulo - que detém 50% do potencial de crescimento dos negócios da marca. "Já existe uma atuação forte nas capitais do País; agora estamos pesquisando o mercado de cidades que possuam mais de 200 mil habitantes e potencial de compra", esclarece o diretor de Expansão da rede.

Para Leite, o nordeste é também um dos focos de expansão graças ao crescimento econômico da região. A maior representação da rede na região está no Estado da Bahia, mas ainda possui apenas 11 lojas. Mesmo em uma região que tem forte consumo de produtos regionais, a busca por uma alimentação sadia tende a ser uma tendência social. Além do que os itens mais saudáveis também não são o único motivo que leva o consumidor a procurar por orgânicos. As lojas possuem uma gama de produtos que são alternativas para diabéticos e pessoas com restrição a alguma substância, como glúten e lactose. "Quando entramos em uma cidade nova, procuramos nos tornar referência para essas pessoas, para que elas possam levar uma vida normal", reforça Leite.

E-commerce

Apesar de ser uma forte tendência em todos os setores, a rede Mundo Verde ainda não tem planos de entrar no comércio eletrônico (e-commerce). Porém, o segmento de varejo acredita que esse seja um dos canais com maior perspectiva de crescimento. Tanto que ofertar o serviço de fazer pedidos de produtos orgânicos de casa é uma estratégia que começa a ser adotada pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA). A empresa, com atuação no delivery há 16 anos no Brasil, aposta agora na venda de orgânicos através de seu website Pão de Açúcar Delivery, que tem crescimento médio de 15% ao ano. O comércio on-line já é responsável por 75% das vendas de orgânicos do GPA, segmento que movimentou em 2010 cerca de R$ 75 milhões.

Gerente de orgânicos do Grupo Pão de Açúcar, Sandra Caires esclarece que disponibilizar orgânicos através no e-commerce faz parte da meta do GPA de ampliar a venda desses produtos em 30%, até o fim de 2012. "Ao analisar os mercados norte-americano e europeu, a empresa percebeu que as demandas por orgânicos crescem muito rápido e que no Brasil faltava estímulo. Para isso, aumentamos a visibilidade dos orgânicos no site."

A companhia tem cerca de 600 produtos orgânicos à disposição e mantém há sete anos um programa de identificação, treinamento e capacitação com 130 produtores rurais, que recebem acompanhamento desde o início da produção. A empresa trabalha também com marcas como Jasmine, Mãe Terra, Native, Organic Beef e Taeq.


Veículo: DCI


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