As vendas dos supermercados de Minas Gerais em setembro permaneceram estagnadas em relação às de agosto e também frente às do mesmo mês de 2010. Por outro lado, na comparação do acumulado dos nove primeiros meses deste ano com igual intervalo um exercício antes, houve retração de 1,3%. Os dados são do Termômetro de Vendas, pesquisa mensal feita pela Associação Mineira de Supermercados (Amis).
Apesar de negativo até setembro, o resultado do ano caminha para um desfecho positivo. Até julho, a redução nas vendas supermercadistas em relação a 2010 era de 1,5%, passando para 1,4% até agosto e, finalmente, chegando a 1,3% até setembro, o que comprova o ritmo de aceleração dos negócios.
"Até agosto de 2010, o cenário foi de aquecimento em função das eleições presidenciais, o que consolida uma base forte de comparação. No último trimestre daquele ano, ao contrário, as notícias de crise financeira na Europa e nos Estados Unidos impactaram a economia interna e, conseqüentemente, as vendas do período. Por isso, mesmo com queda registrada até o momento, o setor deve fechar 2011 com crescimento de 3%", explica o superintendente da Amis, Adilson Rodrigues.
A alta prevista para este ano, revela o superintendente, significa uma redução de um ponto percentual nas projeções anteriores da entidade, que previa uma evolução de 4% para as vendas dos supermercadistas mineiros de 2011 sobre as de 2010.
Rodrigues enfatizou, porém, que a metodologia de medição usada na pesquisa da Amis é mais rigorosa que os métodos utilizados pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que não considera, por exemplo, o crescimento orgânico (abertura de novas lojas) do setor. "Se o levantamento fosse feito da mesma forma, acredito que teríamos uma alta de 5% em Minas Gerais", acrescenta.
Crescimento - O Norte de Minas, influenciado pela estratégia do governo de Minas de direcionar a atração de investimentos para a região, segundo Rodrigues, registrou o maior crescimento de vendas em termos regionais dentro do Estado, com alta de 1,4% de janeiro a setembro deste ano contra o mesmo período de 2010.
Nas regiões Sul e Centro-Oeste, na mesma direção, foram apuradas elevações de 0,8% e 0,3%, respectivamente, no confronto entre o acumulado deste ano até setembro e o mesmo período de 2010. Na outra ponta, em igual comparação, houve queda nas regiões Central (-0,08%), Rio Doce (-1,5%), Triângulo (-1,6) e Zona da Mata (-0,7).
As projeções da Amis são de que os supermercados fecharão este ano com investimentos de R$ 220 milhões, aplicados na abertura de 42 lojas e reforma de outras 57. As expectativas são de que o número de postos de trabalho gerados pelo setor passem de 132 mil em 2010 para 140 mil empregos diretos, 8 mil a mais. Os supermercados devem fechar 2011 com faturamento da ordem de R$ 14 bilhões.
Rodrigues explica que, apesar da abertura de 8 mil vagas de trabalho, o setor ainda encontra dificuldades para preencher este quadro em virtude da escassez de mão de obra qualificada. "Boa parte destas vagas já foi preenchida e estamos nos esforçando para fechar o ano com 140 mil postos de trabalho", acrescenta.
Veículo: Diário do Comércio - MG