Varejo reduz encomendas para o Natal

Leia em 2min 30s

Corte nos pedidos de eletrodomésticos e eletroeletrônicos varia entre 5% e 10%


Depois de adiar os pedidos em setembro, o varejo agora reduz as encomendas para o Natal. O corte nos volumes de televisores, aparelhos de áudio e vídeo, máquinas de lavar, geladeiras e eletroportáteis varia entre 5% e 10%. A mudança nas expectativas de vendas para o fim de ano ocorreu após a forte desaceleração do comércio varejista depois do Dia da Criança.

O tom do fim do ano mudou e já se cogita até a possibilidade de que as vendas de dezembro empatem com as de 2010. A queda no rendimento médio real do trabalhador de 1,8% em setembro ante agosto, a primeira desde abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), explica parte da revisão das expectativas dos lojistas.

Mas o resultado de outubro do indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF)da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio - SP), que será divulgado hoje, traduz em números o mau humor do consumidor já captado pelos varejistas. Em outubro, o ICF caiu 3,5% na comparação com setembro.

Foi a primeira retração em quatro meses de um indicador que varia de zero a 200 pontos. Nessa escala, abaixo de 100 o indicador é considerado negativo e acima de 100, positivo.

Em outubro, o ICF ficou em 135 pontos e foi influenciado pela perspectiva do emprego e da renda atual. Os dois quesitos tiveram desempenho negativo entre os cerca de 2.200 consumidores da cidade de São Paulo ouvidos pela pesquisa.

A perspectiva para o emprego caiu 9,9% em outubro na comparação com setembro, puxada para baixo especialmente pelas famílias que ganham menos de dez salários mínimos (-11,2%). O quesito renda atual também caiu 6% em outubro na comparação com setembro.

"Essa é a fotografia de um momento desagradável, que reuniu alta da inflação, do câmbio e do IPI para veículos importados", observa o assessor econômico da Fecomércio-SP, Fábio Pina. Ele acredita que os resultados estão na direção correta, isto é, apontam para a desaceleração do varejo, mas pondera que a magnitude pode ser exagerada.

Dia da Criança. De toda forma, os números da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) confirmam a forte perda de fôlego do comércio após o Dia da Criança. Na primeira quinzena de outubro, as consultas para vendas à vista e a prazo cresciam 3,5% em relação a igual período de 2010.

Já a taxa de aumento anual de outubro até o dia 26 é bem menor, de 0,8%. A perspectiva é que o mês feche com variação próxima de zero, prevê o economista da Associação Comercial, Emílio Alfieri.

Como as vendas enfraqueceram muito na segunda quinzena de outubro, a perspectiva para o Natal é incerta, diz Alfieri, que não descarta o empate. A última estimativa era de crescimento de até 5% sobre o ano passado. Se a previsão de empate se confirmar, ele ressalta que o resultado não será ruim porque o Natal de 2010 foi o melhor dos últimos dez anos.


Veículo: O Estado de S.Paulo



Veja também

Indústrias de café enfrentam preço elevado e oferta reduzida

Custo de produção subiu sete vezes em 15 anos; estoque atual equivale a 20% do consumoAs indústrias...

Veja mais
Bicicletas

A brasileira AceFitness vai trazer para o país em dezembro a linha de bicicletas recém-lançada pela...

Veja mais
Pepsi busca um rumo no Brasil Produção

Descontente com os resultados, presidente mundial cobra mudanças na subsidiária Em uma propaganda da ...

Veja mais
Levantamento da Amis aponta estagnação

As vendas dos supermercados de Minas Gerais em setembro permaneceram estagnadas em relação às de ag...

Veja mais
Makro investirá 35% mais em marcas próprias

Com a perspectiva de ver alavancar o faturamento alcançado no ano passado, de R$ 5,254 bilhões, com o segm...

Veja mais
Farmácias somam forças para fazer frente às redes

Estar à frente de uma farmácia já é tradição na família de Paulo Vin&ia...

Veja mais
Pague Menos prevê oferta de ações apenas em 2012

Se os investidores não estivessem tão reticentes, a Pague Menos registraria amanhã o seu pedido de ...

Veja mais
Vendas do 3º trimestre acendem luz amarela

Os números de Lojas Renner e Hering indicam que o inverno confuso castigou as empresas que atuam no varejo t&ecir...

Veja mais
Whirlpool prevê vendas mais fracas

A concorrência que vem do outro lado do mundo já começa a incomodar as gigantes globais de eletrodom...

Veja mais