Makro investirá 35% mais em marcas próprias

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Com a perspectiva de ver alavancar o faturamento alcançado no ano passado, de R$ 5,254 bilhões, com o segmento de vendas de produtos de marca própria - que representaram 8,5% deste montante - o Makro, que lidera o setor atacadista, anuncia planos de ampliar a participação desses produtos na rede. Tanto que a área vai demandar 35% mais investimentos por parte da empresa nos próximos dois anos.

Sem abrir valores nesse sentido, porém, o atacadista afirma apenas que opera atualmente com cinco bandeiras voltadas para food service e suprimentos para o pequeno e médio varejo. As marcas são Aro, M&K, Baldaracci, Q-Biz e MK-Tech. O carro-chefe desse grupo é a Aro, cuja logomarca no ano passado passou por reestilização. O diretor de Marketing do Makro, Gustavo Delamanha, explicou ao DCI que a ideia da ampliação do segmento vem em um planejamento para os próximos dois anos, sendo a meta da participação das marcas próprias nas vendas de 12%, ante os atuais 8,5%.

"Nos próximos dois anos vamos expandir essa participação", garantiu ele, que ressaltou: "A Aro, por exemplo, deverá aumentar de 800 SKUs [unidades de produtos] para 1.200". Atualmente, a rede Makro Atacadista afirma possuir 76 lojas instaladas em 24 estados, além do Distrito Federal. A companhia opera outros segmentos, como 70 restaurantes, 31 postos de combustível e 10 lojas da marca Speciale, um mix de empório e adega com vinhos e marcas de bebida importados.

Em termos de produtos de marca própria, a empresa vai reforçar a mudança de visual dos produtos. Para conseguir sucesso na estratégia de incrementar a força de vendas dessa área, o Makro vai mudar a embalagem de alguns produtos dessas marcas.

"Também vamos lançar novos produtos, que hoje não são produzidos pelas nossas marcas", ressaltou o diretor de Marketing da companhia. Os lançamentos serão voltados para o setor de food service e Delamanha também guarda segredo sobre os novos títulos. "Temos, portanto, dois drivers de crescimento, que são: o aumento da participação das marcas próprias e o ingresso de novos produtos", confirmou.

Há 39 anos no mercado atacadista, a Makro, administrada pelo grupo holandês SHV, vai manter a tradição de venda a varejistas mesmo com o mix de vendas adotado pelos outros players do setor. Ainda resguardando dados considerados estratégicos pela empresa, Delamanha afirma que 20% da clientela respondem por vendas de 'atacarejo' (atacado e varejo). "Estamos de portas abertas, mas nosso foco ainda é o varejista. Nossos investimentos continuam voltados para esse público", diz Delamanha, mantendo o discurso fechado sobre as vendas ao público em geral.

Fidelizar

Para ampliar a relação com seus fornecedores e clientes, o grupo Makro promove eventos como o badalado Makro Extravaganza, que traz uma ampla grade de cursos, palestras e workshops sobre gestão e capacitação de negócios para o pequeno e médio empresário do setor de food service e varejo. Durante a 5º edição do evento, que aconteceu entre os dias 25, 26 e 27 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo, a empresa discutiu assuntos como a participação das marcas próprias nas vendas do setor.

O setor representa um mercado expressivo. No ano passado, os atacadistas faturaram R$ 151,2 bilhões, conforme a Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidoras de Produtos Industrializados (Abad). "A fidelização é talvez o maior atrativo da marca própria", declarou o superintendente-executivo da associação, Oscar Attisano.

Apesar de ter apontado o movimento do setor no último ano, a Abad explica que não possui estimativas do quanto hoje representam as marcas próprias nas vendas do setor. Já no caso do varejo, a área tem crescido na última década. Conforme alguns analistas do setor, é possível afirmar que a tendência deve continuar em alta nos próximos cinco anos. Um termômetro é a pesquisa da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), que apontou que a participação desses representou 4,8% dos lucros do ano passado, ante os 4,6% de 2009 - ou seja, há um crescimento gradativo, ainda que em ritmo menos acelerado.

O estudo, que foi realizado pela Nielsen, mostrou também que o número de produtos comercializados saltou para 65.880 mil, contra 55.752 mil em 2009. A presidente da Abmapro, Neide Montesano, explica que o crescimento desse segmento no varejo se deve à qualidade e ao custo-benefício dos produtos de marca própria. "O investimento na marca própria garante a fidelização do cliente. Por isso as companhias com operação no Brasil têm investido muito nesse segmento", declarou ela.

Em média, conforme Neide, o preço final do produto de marca própria chega a ser 20% mais baixo do que o de rótulos tradicionais. "As companhias têm se preocupado com qualidade. Por isso auditorias mais severas têm sido aplicadas nas linhas de produção", completou Neide.

Um dado importante, porém, é que a pesquisa elaborada pela Nielsen não considera as operações do setor atacadista. "Futuramente as empresas desse segmento serão consideradas nas pesquisas", considerou.

Vendas de Natal

Com a perspectiva de ampliar as vendas de fim de ano, as redes que atuam no setor atacadista correm para preparar suas lojas em busca de atender a demanda que surgirá. Um exemplo é o da rede Spani Atacadista. A empresa afirma que as lojas das cidades de Atibaia, Mogi das Cruzes, Guaratinguetá, São José dos Campos, em São Paulo, além das de Volta Redonda e Resende, no Rio de Janeiro, estão com inscrições abertas para contratação de novos funcionários. Ao todo são mais de 300 as vagas, em várias áreas.

De acordo com a empresa, as inscrições devem ser feitas preferencialmente no site do Spani (www.spani.com.br), um meio mais prático e eficaz de cadastro dos interessados a uma vaga no Grupo Zaragoza. O currículo poderá ser entregue também no balcão de atendimento das lojas.


Veículo: DCI


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