A Nestlé anunciou ontem o recolhimento da farinha láctea produzida no Brasil e comercializada nos Estados Unidos. A suspensão da venda do cereal exportado ao mercado americano ocorreu depois que a própria empresa identificou a presença residual de um tipo de pesticida atualmente não aprovado pelas autoridades locais para uso em trigo.
Em nota, a Nestlé esclareceu que a substância encontrada no produto é aprovada no Brasil e que os níveis verificados nos lotes vendidos nos Estados Unidos são inferiores aos padrões brasileiros. “Esta é uma medida voluntária que está sendo tomada pela companhia devido à detecção de traços residuais de defensivo agrícola aprovado para milho e milho de pipoca nos Estados Unidos, porém ainda não utilizado para trigo naquele país”, reforçou a empresa. Ainda de acordo com o comunicado oficial, a farinha láctea “é segura para os consumidores e atende rigorosamente a legislação brasileira”.
A Nestlé informou não ter recebido reclamações de americanos que adquiriram o produto. A recomendação repassada aos varejistas é que recebam as latas já comercializadas e providenciem o total reembolso aos consumidores. Nenhum outro produto da Nestlé foi afetado. O recolhimento da mercadoria se restringe apenas aos Estados Unidos.
Intervenção
A queda na demanda mundial por produtos lácteos fará o governo brasileiro intervir no mercado para evitar novas quedas de preços que possam desestimular a produção nos próximos meses e dar fôlego à alta da inflação, um dos temores do Palácio do Planalto. O secretário de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Adoniram Sanches Peraci, disse que os mecanismos de apoio à comercialização de leite em pó devem ser anunciados até o fim da semana.
De acordo com ele, a idéia é apoiar o escoamento de parte da produção por meio de leilões de Contratos Privados de Opção de Venda e de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor. Outra alternativa é comprar produto por meio de leilões de Aquisição do Governo Federal. Ele calculou que o governo gastará cerca de R$ 200 milhões com os mecanismos de apoio ao setor lácteo.
Veículo: Correio Braziliense