Sony e Samsung afiam as garras para competir no Natal

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Apesar da projeção de um Natal mais conservador este ano, com crescimento de 6% a 7% das vendas sobre 2010, segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, dois dos maiores fabricantes de eletroeletrônicos do País têm expectativas bem mais otimistas. A Sony espera um aumento de 80% de suas vendas em relação a novembro e dezembro do ano passado e pretende ser líder em todas as categorias de produtos eletrônicos até o fim do ano fiscal de 2012. Já a Samsung projeta alta de 10% das vendas de fim de ano e espera no final de 2012 lançar sua produção local de linha branca.

A Sony passa por um processo de ampliação do seu público-alvo, que agora inclui, além das classes A e B, também a emergente classe C e o mercado nordestino. "A Sony sempre foi uma aspiração de todas as classes sociais, mas a gente se comunicou muito pouco com a classe C, porque precisávamos entender um pouco mais esse segmento", conta o gerente de Marketing da empresa no Brasil, Carlos Paschoal. Segundo ele, mais de 100 domicílios da nova classe média já foram visitados por executivos da companhia, e mais de 10 pesquisas qualitativas e quantitativas foram realizadas. "Cada vez mais entendemos o hábito de consumo deles, para podermos estar presentes."

Em 2010, a Sony cresceu 65% em relação ao ano anterior, e em 2011, espera média de crescimento de 50%. A companhia japonesa dobrou neste ano seus investimentos em relação a 2009, devendo chegar a um aporte de R$ 260 milhões. "Em 2012 nós pretendemos crescer mais 40% em termos de investimentos, não só em desenvolvimento de produto, mas também em comunicação com o consumidor final e obviamente em pesquisa. O aporte nosso em pesquisa se multiplicou cinco vezes nos últimos dois anos", afirma Paschoal.

A Sony internacional passa por dificuldades, com previsão de perdas da ordem de US$ 1 bilhão no ano, e prejuízo líquido de 27 bilhões de ienes (US$ 345 milhões) no segundo trimestre. O setor de televisores da empresa é em grande parte responsável pelos resultados negativos, devido à competição com as coreanas Samsung e LG, líderes de mercado. No Brasil, a concorrência também é com as duas coreanas, mas mesmo assim a companhia ampliou sua participação de mercado de 9% para 17%, e espera atingir 25% de fatia de mercado no próximo ano.

Em 2012 a Sony deve dar continuidade à estratégia, iniciada em outubro, de cursos de fotografia a distância, oferecidos em parceria com a instituição Interatividade em Educação Digital no Brasil (IEDB). Segundo Paschoal, a empresa também estuda quais serão os investimentos necessários para produzir games no Brasil. Outra novidade poderá ser na área de celulares, uma vez que a Sony comprou em outubro a parcela da Ericsson na joint venture Sony Ericsson, o que deverá aproximar as duas empresas, antes separadas no Brasil.

Desde o terceiro trimestre, a Samsung aumentou sua capacidade produtiva em 15% para atender à demanda dos últimos meses do ano. A companhia espera um aumento de venda no varejo de pelo menos 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Os carros-chefes das vendas deverão ser Smart TVs (televisores conectados à Web), com tela de 40 polegadas ou mais. Além disso, a empresa concentra esforços também em câmeras digitais wi-fi e com duplo display, bem como em aparelhos de ar condicionado split e lavadoras que também secam a roupa. "Esse tipo de lavadora não é uma novidade no mercado, mas a Samsung traz várias inovações na categoria, que obteve crescimento de 40% em relação ao ano anterior", afirma o diretor da divisão de eletrônicos de consumo, Márcio Portella Daniel.

De acordo com ele, as lavadoras-secadoras, hoje importadas, têm conseguido vencer a resistência do consumidor brasileiro a lavadoras de tampa frontal. A empresa coreana já iniciou, com investimento de US$ 300 milhões, as obras de uma nova fábrica em Limeira, onde deverá ser iniciada sua produção local de linha branca. A unidade deverá empregar 1,3 mil funcionários na produção de refrigeradores side-by-side, lavadoras e lavadoras-secadoras.

"2011 tem sido um ano muito bom para nós, estamos experimentando um crescimento acima do mercado em todas as categorias em que participamos. Hoje somos a maior indústria de eletroeletrônicos sediada no País. Adquirimos essa posição este ano, o que nos dá muito orgulho", afirma o vice-presidente de Eletrônicos de Consumo, José Fuentes. De acordo com ele, a empresa hoje é líder em televisores, telefones celulares, notebooks e Blu Rays, e a terceira no ranking da Samsung mundial, com faturamento de US$ 5 bilhões em 2010.


Veículo: DCI




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