Antes do acirramento da crise internacional no mercado brasileiro, o comércio da região metropolitana de São Paulo registrou alta de 9,5% nas vendas em setembro em relação ao mesmo período de 2007, segundo pesquisa da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo). No acumulado do ano, a elevação foi de 5,4%. Para a entidade, o segmento não só manteve o ritmo de expansão do ano em setembro, como a tendência de curto prazo "pouco deve se alterar", mesmo com a modificação das percepções relativas ao cenário internacional.
"Alguns setores do varejo podem mostrar antecipadamente sinais de reação a um quadro mais complexo, como o setor de venda de automóveis e de eletroeletrônicos", advertiu. Enquanto isso não ocorre, a maior elevação em setembro ocorreu no setor de concessionária de veículos (40% ante setembro de 2007), em oposição às lojas de autopeças e acessórios que registraram a maior queda, de 21% no mês.
"Os fatores para este desempenho [de autopeças e acessórios] são os mesmos dos meses anteriores. Preços de produtos em quedas sucessivas, em decorrência do câmbio valorizado que facilita a entrada maciça de produtos importados, principalmente da China, e aumento vigoroso nas vendas de veículos novos, que reduzem a demanda por peças e serviços de manutenção".
Nos nove primeiros meses do ano, as concessionárias têm expansão de 18,9%, contra resultado negativo de 28,5% nas lojas de autopeças e acessórios. "Esta trajetória talvez apresente uma modesta retração nos próximos meses, devido à diminuição no volume de concessões de crédito destinada à aquisição de veículos para pessoas físicas, redução de prazos e aumento de juros", aponta o estudo.
Entre os setores que também aumentaram o faturamento em setembro estão material de Construção (30,5% ante setembro de 2007 e 16% no acumulado do ano), vestuário, tecidos e calçados (alta de 29,9% no mês e 24,2% no ano), farmácias e perfumarias (15,3% no mês e 4,2% no ano), eletrodomésticos e eletroeletrônicos (11,7% no mês e 12,5% no ano) e móveis e decorações (8,1% no mês e 10,8% no ano).
Com desempenhos negativos, as vendas das lojas de departamento recuaram 10,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior e 12,6% no acumulado do ano e os supermercados, queda de 12,5% no mês e 2,6% no ano.
Veículo: Valor Econômico