Hering tem receita 40% maior no terceiro trimestre

Leia em 4min


A Companhia Hering, de Blumenau (SC), colhe os frutos do aquecimento do mercado interno e do reposicionamento da marca. A empresa fechou o terceiro trimestre deste ano com receita bruta de R$ 156,51 milhões, 41,83% maior do que no mesmo período do ano passado e reverteu um prejuízo de R$ 19,6 milhões para um lucro líquido de R$ 20,9 milhões. O vice-presidente e diretor de Relações com Investidores da empresa, Fábio Hering, afirma que, por enquanto, a empresa não sentiu nenhum impacto decorrente da crise financeira internacional. Já vendeu toda a coleção produzida para o verão e iniciou a comercialização de vestuário para o outono.

 

Para 2009, o plano estratégico em vigor há um ano deverá ainda sustentar o crescimento que, segundo o empresário, não será tão intenso como o registrado até o momento. "A Hering não é uma ilha e deverá sentir alguma retração no consumo. Além do mais, a base de comparação de 2008 será elevada resultando em taxas menores." No acumulado do ano, o faturamento bruto foi de R$ 428,54 milhões e cresceu 41,31%.

 

O mercado interno expandiu as vendas em 53,8% no terceiro trimestre e ganhou relevância na formação da receita bruta, respondendo por 94,1% do total de R$ 156,5 milhões. "O aumento da receita bruta da marca Hering de 66,4%, no trimestre e de 64,6% nos nove meses consolidou o sucesso da nossa estratégia, com o crescimento da rede de lojas Hering Store e varejo multimarcas", disse o empresário. Segundo ele, as outras marcas também tiveram bom desempenho. A PUC, de moda infantil focada no público A e B, obteve crescimento de 28,3% na receita bruta do trimestre. A receita da marca dzarm cresceu 15,8% no trimestre.

 

A geração operacional de caixa medida pelo Ebitda ajustado foi de R$ 21,1 milhões no trimestre, 95,3% superior à do mesmo período de 2007. No acumulado de 2008, o Ebitda alcançou R$ 53,8 milhões e superou em 89,4% o valor dos nove meses de 2007. A dívida total da companhia no encerramento do terceiro trimestre era de R$ 132,1 milhões. Deste montante, 54% estão alocados no longo prazo e 5% são denominados em dólar. O empresário afirma que os investimentos previstos para 2008, de R$ 28 milhões, serão cumpridos até o final do ano.

 

O plano de crescimento estabelecido pela Hering compreende dois pilares. Um visa o aumento das vendas nas lojas, que neste ano ficou em torno de 30%, por meio de ações como o reposicionamento de preços, o que tornou os produtos mais acessíveis. O novo lay out e projeto arquitetônico das unidades e a campanha publicitária "Eu uso Hering desde sempre" que terá continuidade nos próximos meses, também fazem parte deste projeto.

 

O outro pilar, que deverá ser intensificado a partir de agora, é o do crédito. A empresa introduziu o cartão de fidelidade na rede de lojas em parceria com o HSBC/Losango com o intuito de aumentar o tráfego nas unidades e o tíquete médio das compras. Para isso, está promovendo campanhas de incentivo junto às equipes das lojas com o reforço de promotores exclusivos do cartão. Hoje 30 mil clientes possuem o cartão de fidelidade e a previsão é de em 2009 chegar aos 100 mil.

 

Também faz parte do plano a expansão agressiva do número de lojas. "Fechamos o terceiro trimestre deste ano com 209 Hering Store e vamos chegar ao final do ano com 229." A previsão é de que a empresa feche 2009 com 277 unidades, sendo 51 próprias e 226 franqueadas. Para 2010, a meta estabelecida é de estar com 325 lojas em cidades com mais de 200 mil habitantes. O empresário afirma que a companhia está em 22 estados, com concentração na região Sudeste, onde estão localizadas 120 lojas. "As oportunidades de crescimento estão em todo o território nacional", diz. Nas pequenas cidades, está presente em lojas multimarcas, onde atende 10 mil clientes.

 

Exportações

 

As exportações alcançaram no trimestre faturamento de R$ 9,2 milhões, 5,9% do total. Segundo Fábio Hering, a queda de 37% em relação ao terceiro trimestre de 2007 está em linha com a estratégia da empresa de concentrar esforços produtivos e de comercialização no mercado brasileiro. "Durante o terceiro trimestre, a empresa descontinuou a comercialização de produtos com a marca do cliente e passou a focar a comercialização das marcas da empresa, principalmente para a América Latina", afirma.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


Veja também

Hipermercados estendem marca

Cada vez mais os hipermercados querem estar presente na vida do seu cliente. Assim, criam a marca própria, abrem ...

Veja mais
Crise afetará menos supermercados em 2009

  Se a proporção for mantida, significa dizer que o setor supermercadista crescerá, em termos...

Veja mais
Preço do livro deve subir entre 6% e 12%

Depois de reduzir o preço dos livros entre 2006 e 2007, as editoras devem promover aumentos entre 6% e 12% em seu...

Veja mais
Vendas do varejo crescem em SP antes da crise

Antes do acirramento da crise internacional no mercado brasileiro, o comércio da região metropolitana de S...

Veja mais
Impacto da crise afeta de maneira diferente as operadoras

A crise financeira mundial causou impactos diferentes nas duas das maiores operadoras ferroviárias do País...

Veja mais
Setor propõe medidas para sustentar preços

Redução do PIS/Pasep sobre insumos essenciais como ração, sal mineral, tanques de resfriamen...

Veja mais
Logística discute desafios do comércio exterior durante crise

A 9ª edição do Scala, Simpósio & Feira, um dos maiores eventos de logística e com&e...

Veja mais
Pão de Açúcar está otimista com o Natal e acena com novas aquisições

Depois de manter o ritmo de crescimento nas vendas durante os nove primeiros meses do ano, o Grupo Pão de A&ccedi...

Veja mais
Havaianas amplia estratégia e abre loja própria em São Paulo

As sandálias de borracha da marca Havaianas, considerada atualmente uma das mais conhecidas marcas no Brasil e no...

Veja mais