Se a proporção for mantida, significa dizer que o setor supermercadista crescerá, em termos reais, entre 2,5% e 3,5% em 2009, segundo a análise da revista. "As negociações de dissídio devem gerar na média 0,5% de crescimento real nos salários; e o emprego deve continuar crescendo em 2009. Isso levará o crescimento da renda", diz.
Os planos das redes supermercadistas já são, na opinião de Molinari, um indicador de boas perspectivas. "As maiores reafirmaram investimentos em 2009: Grupo Pão de Açúcar com R$ 1 bilhão,, Wal-Mart com R$ 1,8 bilhão e Carrefour com R$ 3 bilhões (até 2010)", diz. "Elas juntas já vão gerar cerca de 20 mil empregos".
O crédito, que preocupa varejistas de automóveis e eletroeletrônicos, por exemplo, - segmentos que na avaliação de Molinari sofrerão mais - não terá impacto nos supermercados, de acordo com Molinari. "É preciso avaliar os vários segmentos do varejo separadamente", diz.
Os supermercados, nos últimos quatro anos vinham adotando medidas para intensificar as vendas de não-alimentos, como forma de driblar as margens apertadas. "Mas o chamado bazar responde hoje, em média, por apenas 6% do faturamento, por isso o impacto não é grande", diz.
Além disso, avalia Molinari, a restrição ao crédito pode gerar um efeito positivo nas vendas dos supermercados. A idéia é que uma vez menos impelido a contratar mais crédito, o consumidor terá mais liquidez e reverterá em gasto do dia-a-dia. "A renda cresce e o endividamento cai um pouco."
Segundo a avaliação da revista, apenas dois fatores poderiam mudar as perspectivas positivas para supermercadistas em 2009 e merecem atenção maior: aumento da inadimplência (provocado por um impacto maior do que o previsto na ecomomia do País) e queda das taxas de emprego. "Isso é o que poderia mudar, mas não é o que vemos. A inadimplência, por exemplo, deve subir de 7,5% para 8%, o que não altera o processo", diz.
Para o Natal deste ano, a análise feita pela revista é de que deva crescer 8% em relação a igual período do ano passado. Uma previsão menor do que a que se tinha no início deste ano, entre 10% e 12%. "O consumidor, em alguma medida fica mais cauteloso . É mais um aspecto psicológico".
Veículo: Gazeta Mercantil