Consumo em alta atrai os investidores no varejo

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O faro empreendedor da empresária Denise Somera a levou, na companhia do marido e sócio Cássio Busetto a pesquisar diversas capitais do Nordeste em busca do melhor ponto para a abertura de um novo negócio. A jornada do casal, original do Paraná, incluiu viagens a Natal, no Rio Grande do Norte, João Pessoa, na Paraíba e Aracaju, Sergipe. A combinação de qualidade de vida, custos atraentes, maior proximidade com São Paulo e um mercado consumidor pujante os levou a escolher a capital sergipana para a abertura da Bela Prata, uma pequena joalheria que contou com investimentos de R$ 70 mil e foi inaugurada no final de novembro na Rua do Turista, no centro da cidade.

"Visualizamos um mercado novo e crescente, com a possibilidade de expandir o negócio para as cidades do interior e até outras capitais", revelou Denise. O exemplo da Bela Prata reflete o atual estágio de desenvolvimento do segmento varejista no estado. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que o setor cresceu 15,5% em volume de vendas, em 2009, e 12,9%, em 2010, em um desempenho bastante superior à média nacional. O aumento do poder de compra é revelado também em estatísticas do Censo 2010, que colocam Aracaju no 13º lugar no ranking nacional de renda domiciliar, com média de R$ 845. Das capitais do Nordeste, só perde para Recife (Pernambuco), com renda média de R$ 894.

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), Alexandre Porto, explica que o incentivo à migração de indústrias e as políticas de fomento às micro e pequenas empresas estão por trás desse crescimento no poder de compra local e, na esteira, do bom momento do varejo sergipano. "Cerca de 90% do comércio no Estado é dominado pelas pequenas empresas. O que verificamos agora é que a economia, antes concentrada na capital, também começa a migrar para o interior", avalia Porto.

Outra tendência que ganha força no Estado é o acirramento da concorrência entre os grandes grupos varejistas locais com os maiores players do Brasil e do exterior. No segmento supermercadista, a G.Barbosa, maior rede do estado em faturamento e quarta no ranking brasileiro da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), é administrada desde 2007 pelo chileno Cencosud. A estratégia do grupo é apostar no crescimento orgânico, fortalecendo as bandeiras locais. A G.Barbosa possui 67 supermercados, 57 farmácias e 55 lojas de eletrônicos.

Já a Casas Bahia inaugurou no final de 2010 a sua primeira loja em Aracaju, mas quem lidera em Sergipe é o grupo Máquina de Vendas, dona das marcas Insinuante e Ricardo Eletro. "Inauguramos duas lojas em 2011 no Estado e está prevista outra em 2012", diz o presidente do Conselho da Máquina de Vendas, Luiz Carlos Batista. O segmento de shopping centers ruma ao interior. Em 2011, a cidade de Nossa Senhora do Socorro ganhou seu primeiro centro de compras. Outros dois projetos, orçados em R$ 100 milhões no total, estão previstos para 2012 em Lagarto.



Veículo: Valor Econômico


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