A rede de farmácias Raia Drogasil criou um comitê de auditoria para substituir o atual conselho fiscal da Drogasil. "Em termos de governança, o comitê é melhor porque tem um alcance mais amplo", disse Eugênio Zagottis, diretor de relações com investidores da Raia Drogasil.
Formalmente, o órgão começou a funcionar em 24 de novembro.
Enquanto o conselho fiscal tem como atividade principal aprovar as contas da companhia, o comitê de auditoria é um órgão vinculado ao conselho de administração com tarefas relacionadas ao dia a dia da empresa.
O comitê de auditoria avalia o cumprimento das recomendações feitas pelos auditores, do orçamento e dos resultados, além de assegurar a operacionalização dos mecanismos relacionados à gestão de riscos, entre outras atividades. Apesar de terem semelhanças, os dois órgãos podem coexistir.
No caso da Raia Drogasil, o comitê de auditoria não atenderá a todas as condições mínimas sugeridas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que a companhia possa ampliar de cinco para dez anos o prazo de rodízio de firmas. "Não estamos buscando brechas na regulamentação para evitar a troca. Achamos, inclusive que o rodízio é saudável", afirmou Zagottis.
A motivação para criar o comitê, segundo ele, foi o formato "global de governança pensado para a nova empresa".
O comitê da companhia exibirá um desenho próprio. Além de não estar previsto em estatuto, terá o futuro diretor-presidente da empresa, Cláudio Roberto Ely, como membro. Pelos padrões da CVM, nenhum integrante da diretoria da empresa poderia participar.
Os outros integrantes serão Antônio Carlos Pipponzi, presidente do conselho de administração, Plínio Musetti, atual membro independente do conselho, e Jairo Eduardo Loureiro, também conselheiro independente.
Na mesma reunião em que aprovou a criação do comitê de auditoria, a Raia Drogasil decidiu formar mais três órgãos de assessoramento ao conselho de administração. Trata-se dos comitês de expansão, de operações e de pessoas. Diferentemente do comitê de auditoria, o início do funcionamento desses órgão ficou marcado para ocorrer apenas no próximo ano.
Com a fusão, a Raia se tornou subsidiária integral da Drogasil. A companhia terá cerca de 50% de seu capital disperso no mercado. As ações da companhia resultante da fusão entre as redes de farmácias Drogasil e Raia começam a ser negociadas em 19 deste mês.
Após a operação, o capital social da Drogasil será de R$ 908,63 milhões. O processo de integração das empresas pode durar dois anos, segundo informaram as redes na época do anúncio.
As bandeiras de ambas drogarias permanecem em operação.
Veículo: Valor Econômico