Brasil registra queda na venda de bicicletas

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Apesar do aumento de 75% da importação e da queda na produção nacional de 8%, a indústria fabricante de bicicletas deve comemorar 2011 como mais um ano de formalização e de aumento de valor do mercado. "Estimamos um acréscimo de aproximadamente 10% em valor o que reflete a venda de produtos de melhor qualidade. Vimos também mais um ano em que a produção migrou para os fabricantes formais", comenta o vice-presidente do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), Eduardo Musa.

Para Musa, o ano também foi positivo para a indústria instalada em Manaus, principal polo de fabricação de bicicletas do Brasil, onde a produção voltou para o patamar histórico de um milhão de unidades ao ano depois de dois anos na casa das 600 mil bicicletas produzidas. "Estimamos que a produção naquela região cresceu mais de 60% em 2011", observa. Esperamos outro ano de crescimento em 2012, da ordem de 35%, com a maturação de investimentos realizados no polo e com a abertura de novas montadoras de bicicletas e fábricas de componentes e peças.

Em dezembro de 2010, Musa comentou que, apesar do bom momento econômico do país e da bicicleta estar em grande evidência, tanto a produção quanto a venda nacional do veículo sofreriam retração ou ficariam estagnadas em 2011. "Infelizmente para nós, minha previsão se concretizou e deveremos terminar o exercício com queda de 3,8% no consumo. Acredito que deveremos comercializar cerca de 5 milhões de unidades, ante às 5.2 milhões de 2010", projeta.

Segundo ele, desempenho mais preocupante fica por conta da produção que está sofrendo uma queda considerável. "Estimamos que a fabricação nacional que era de quase 5 milhões de unidades caiu para aproximadamente 4.5 milhões em 2011", diz Musa. Mas, apesar da queda na produção, o Brasil manterá a posição de terceiro maior fabricante de bicicletas do mundo, atrás apenas de China e Índia.

Para Musa, a principal causa para a queda na produção de bicicletas em 2011 está no crescimento "assustador" das importações, que devem atingir níveis recordes no exercício. Ele estima que as importações devem crescer mais de 75% este ano, passando de 250 mil unidades em 2010 para mais de 450 mil em 2011.

A importação, que representava menos de 1% do consumo brasileiro há cinco anos, deve acabar 2011 representando quase 10% do consumo brasileiro. "Em outra palavras, a importação cresceu 10 vezes em cinco anos."


Perspectivas - Para o vice-presidente do Simefre, as projeções para o ano de 2012 em termos de produção e vendas domésticas não devem sofrer grandes alterações. Ele entende que o consumo deve continuar no patamar de 5 milhões de unidades, talvez com uma pequena queda, seguindo as mesmas tendências dos últimos anos e a produção e a importação se estabilizem nos patamares de 2011, apesar do aumento da alíquota de importação de 20% para 35% em setembro de 2011. "Na nossa opinião, a nova alíquota não será suficiente para reduzir as importações mas deve evitar um crescimento maior", acrescenta.

Musa diz que nenhum setor ficará imune aos efeitos da crise mundial, mas ele acredita que o segmento de bicicletas tem fatores favoráveis que devem sustentar as tendências de crescimento de valor.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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