O aumento de renda dos brasileiros permitiu boa evolução no consumo de leite nos últimos dez anos.
Mesmo assim, e apesar de o produto ter o menor custo para os consumidores entre as proteínas animais, o consumo nacional per capita fica abaixo dos padrões mundiais recomendados.
"Estamos em situação melhor do que há dez anos. O consumo nacional é de 167 litros per capita por ano, mas a recomendação do Ministério da Saúde é de 200 litros por pessoa", disse Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, uma associação nacional de produtores de leite.
Ele lembra que, apesar de ainda estar abaixo do recomendado, o consumo é bem superior ao de há dez anos, quando não atingia cem litros per capita.
Estudo feito pela Leite Brasil constatou que o valor de cada cem gramas de leite custa R$ 0,28 para o consumidor, enquanto o mesmo volume de carne bovina -a mais cara- custa R$ 2,18.
Apesar de o leite ter o menor preço, Rubez diz que os produtores têm dificuldades para promover novas altas no produto. Toda vez que há elevação de preço, o consumo recua, derrubando novamente os preços, diz ele.
O elo de menor poder nessa cadeia é o produtor, já que as margens do varejo são elásticas, chegando a 80% em alguns produtos, afirma.
O leite teve evolução média de 17% nos preços neste ano. Esse poderia ser um bom aumento para o setor, não fosse a elevação de 24% nos custos de produção, segundo o presidente da Leite Brasil.
O forte aumento das commodities no mercado externo empurrou para cima os custos do milho e da soja no mercado interno, dois componentes importantes na composição da ração.
O faturamento da cadeia de leite deverá atingir R$ 47,5 bilhões neste ano, 5% mais do que o faturamento do ano passado. A evolução se deve à alta dos preços no setor.
Veículo: Folha de S.Paulo