Roupas e muitas outras peças de vestuário com descontos de 50% em média no mês de janeiro. Quem esperar para comprar no mês que vem fará grande economia, segundo os lojistas de São Paulo. As vendas do setor de vestuário ficaram bem abaixo do esperado – foram apenas 2% maiores que as do Natal de 2010 -, e os comerciantes terão se desfazer dos estoques altos.

“A melhor liquidação será a de vestuário em janeiro. Os estoques estão acima do esperado”, disse Nabil Sahyoun, presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). “Houve alta de 20% no preço do algodão entre abril e maio. A indústria repassou imediatamente os custos para o comércio”, disse Luis Augusto Ildefonso da Silva, diretor de Relações Institucionais da instituição.

Nesta última semana de 2011 já começa uma movimentação intensa nas lojas, com trocas de presentes, compra de itens para férias e roupas brancas e lingerie para o réveillon. Em janeiro, porém, os preços devem cair ainda mais.

Vendas menores


As vendas nos shoppings centers do País cresceram 5,5% nesse Natal em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Alshop. A previsão era que o índice alcançasse 6,5%. Os setores que faturaram mais na festa natalina foram perfumaria e cosméticos, com aumento de 18%, e óculos, bijuterias e acessórios, com 17%. Já o desempenho do setor de vestuário foi de 2%. Para Ildefonso da Silva, a situação econômica também não é tão favorável quanto no ano passado. “Se em 2010 o lojista cobrou na liquidação R$ 70 por item de R$ 100, este ano deve ter de cobrar cerca de R$ 50.” Ele disse também que, a exemplo do ano passado, a Alshop fechou um acordo com o governo do Estado de São Paulo que permite o parcelamento do ICMS das vendas de dezembro em duas vezes (janeiro e fevereiro). O benefício também está sendo negociado com governos de outros Estados.

Os especialistas ressaltaram ainda que o setor de varejo enfrentou a concorrência de produtos importados, especialmente vindos da China, e um número cada vez maior de brasileiros viajando para os Estados Unidos e voltando com as malas cheias de compras.

As vendas de perfumes, cosméticos, bijuterias, óculos e acessórios foram impulsionadas por serem itens mais baratos. Ao mesmo tempo, impressionou a alta no faturamento com joias e relógios, de 13%. Eletroeletrônicos tiveram alta de 5% nas vendas, calçados 8% e brinquedos 4%.

Empregos

Muita gente que trabalhou como temporário neste fim de ano pode começar 2012 empregado. Dos 140 mil colaboradores – foram 130 mil em 2010 – 25% devem ser contratados. Serão 35 mil funcionários efetivados. “O início de ano será de inaugurações de muitos shoppings”, disse Sahyoun.

Em geral, os shopping pelo Brasil devem registrar alta entre 10% e 12% nas vendas em 2012, segundo estimativa da Alshop. “Teremos um bom desempenho, mantendo o crescimento”, afirma Sahyoun. Ele ressalta, porém, que o primeiro trimestre tende a ser o pior do ano para o varejo, com os consumidores freando os gastos para pagar tributos como Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores), material escolar e quitar dívidas.

Cerca de 65% das vendas realizadas nos shoppings neste Natal foram pagas com cartões de crédito ou débito. Cartões próprios ou carnês das lojas responderam por aproximadamente 15% das vendas; cheques, por 10%; e dinheiro, por outros 10%. A previsão é que o varejo feche 2011 com faturamento de R$ 705 bilhões, 10,5% a mais que 2010. As vendas em shoppings respondem por R$ 104,1 bilhões.



Veículo: Jornal da Tarde - SP