As vendas de Natal pela internet cresceram 18% (descontada a inflação) e atingiram R$ 2,6 bilhões neste ano. A cifra é inferior aos 40% de alta registrados no mesmo período de 2010, segundo a consultoria e-Bit.
Mesmo assim, o ritmo de crescimento das vendas pela web foi maior que o das lojas do mundo real.
O comércio eletrônico só não cresceu mais devido à crise de confiança pelos atrasos nas entregas iniciados no Natal do ano passado.
Essas falhas persistiram ao longo deste ano e obrigaram as principais empresas do ramo a montar uma "operação de guerra" neste Natal. Foi a única forma de evitar problemas que arranhassem mais sua credibilidade.
A B2W (Americanas.com, Submarino e Shoptime), líder do varejo on-line e campeã em reclamações no Natal de 2010 pelo site Reclame Aqui, montou o "Projeto Natal".
Reforçou os centros de distribuição, investiu em automação, contratou funcionários e fechou contratos de exclusividade com transportadoras para cumprir os prazos.
O plano surtiu efeito. Hoje será divulgada pesquisa do Reclame Aqui em que a B2W perde o título de "vilã do Natal". Até o fechamento desta edição, a primeira posição estava com a Compre Fácil.
O diretor de marketing da Compre Fácil, Leandro Siqueira, contesta a pesquisa. Ele diz ter cumprido, no mínimo, 95% dos prazos de entrega. "Ainda estamos fechando os últimos números."
PODERIA SER PIOR
A lista foi elaborada após o monitoramento de 72 mil compras realizadas entre 15 de novembro e o último dia 24.
Segundo Maurício Vargas, presidente do Reclame Aqui, o levantamento mostra que os principais sites conseguiram conter a crise de confiança. "O Natal deste ano foi um teste para eles", disse.
De acordo com a pesquisa, mais da metade das compras (52%) foi determinada pelo fator "preço". A credibilidade nos sites foi o segundo item que pesou na hora da compra (17%). Em terceiro, ficou o prazo de entrega (10%).
Ao longo do ano de 2010, este item não era relevante, mas passou a ser com a "pane logística" do Natal. Naquele período, 62% das queixas foram por atrasos.
"Neste ano, estimamos que não chegou a 17% do total", disse Vargas.
Veículo: Folha de S.Paulo