Um dos maiores fabricantes de fraldas com a marca da Turma da Mônica, a Kimberly-Clark quer agora ampliar seus domínios no mundo infantil lançando um protetor solar da mesma linha. Com investimento de R$ 12 milhões, a gigante norte-americana quer abocanhar uma fatia do aquecido mercado de protetores e bronzeadores solares, que só no ano passado cresceu 37% em relação a 2006, movimentando R$ 665 milhões, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
Para a Kimberly-Clark, a entrada no novo mercado traz sinergias às operações. "A marca Turma da Mônica está no mercado há 13 anos e, em fraldas, já conquistou a liderança. Agora queremos expandir o portfólio de produtos", disse o diretor de cuidados pessoais da Kimberly-Clark, Eduardo Aron.
Ao oferecer também protetores solar, a Kimberly espera dobrar o faturamento de sua linha de produtos para bebê, composta atualmente por itens de banho e pós-banho. Este segmento representa hoje 5% das vendas infantis, enquanto todo o resto provém das fraldas.
Com a linha de protetores, que começou a chegar em outubro nas lojas de todo o País, a Kimberly espera que essa participação suba para 10% já no próximo verão. "Esperamos ter 20% do mercado de protetores infantis neste ano e ganhar mais 20% no próximo", disse o executivo. O Sundown tem aproximadamente 40% do mercado, segundo a Johnson. Considerando apenas o segmento infantil, são 37,4%.
Dos R$ 12 milhões investidos, R$ 7 milhões foram destinados ao desenvolvimento do produto, cujas pesquisa duraram dois anos, e R$ 5 milhões à campanha publicitária, que deve circular em revistas e televisão pelos próximos meses. Isso ajudará na conquista dos consumidores, uma vez que os produtos voltados especialmente para crianças já representam 4% do total do mercado de proteção solar, segundo levantamento de outra importante concorrente, a Johnson & Johnson, dona da marca Sundown.
Além da Turma da Mônica, a Kimberly também é responsável pela representação das fraldas Huggies no Brasil e, entre os produtos para adultos e família, possui as marcas Intimus Gel, Neve e Scott, entre outras.
Crescimento do mercado
Como a maioria dos setores, os fabricantes de protetor solar também temem uma desaceleração no consumo por conta da crise econômica mundial. No entanto, há outros fatores que garantem potencial de crescimento às vendas. "O uso de protetor solar é ainda muito baixo no País. É utilizado por apenas 33% da população. Há diversas campanhas de conscientização que estimulam isso, além de incentivo do governo, que concedeu redução de IPI e outros impostos ao setor", disse o gerente de grupo da Johnson. Elementos como este têm garantido um crescimento de 13% nas vendas de Sundown neste ano.
A Mantecorp sente o aumento da conscientização nas vendas de seu produto, o Episol. Voltado para o uso diário e para prevenção de doenças e envelhecimento, o protetor deve fechar 2008 com um crescimento de 12%, depois de já ter avançado 14% em 2007. "As vendas alavancaram há cerca de dois anos, puxadas por uma maior conscientização, principalmente entre as mulheres", explicou a gerente de cuidados com a pele da Mantecorp, Regiane Bassi. Para 2009, diz ela, a projeção é de crescer mais 9%.
Eduardo Aron, da Kimberly, ressalta ainda a entrada da classe C nesse mercado, estimulada não só pela difusão dos benefícios do protetor solar, como também pelo aumento na renda. "O principal público são as classes A e B, em que o uso de protetor chega a 90%. Na classe C, estimamos, não passa de 50%, mas isso está crescendo rapidamente", disse.
Veículo: Gazeta Mercantil