No primeiro "parque temático sobre chocolates" da China, fabricantes ocidentais estão distribuindo amostras de dar água na boca e demonstrando sua arte. Eles esperam criar uma cultura de consumo de chocolate entre os chineses ricos, que já adoram vinhos finos, iates e carros esportivos.
Um gosto cada vez mais sofisticado pelas coisas boas da vida aumentou as vendas de chocolates na China continental em 39% desde o começo da crise financeira mundial. As amostras exibidas na World Chocolate Wonderland de Xangai incluem um soldado do exército de terracota feito de chocolate escuro; e, de chocolate branco, um arranha-céu de Xangai e um navio porta-aviões.
Os fabricantes europeus atraem consumidores com amostras e demonstrações da arte da fabricar bombons. E o governo chinês conta com os moradores da China continental para aumentar o consumo e sustentar o crescimento enquanto a economia local reduz sua dependência das exportações.
Os consumidores cada vez mais endinheirados da China estão gastando mais com chocolates finos, diz Shaun Rein, autor do livro "The End of Cheap China" (ou "O fim da China Barata"). Mais de 50% das vendas de chocolates feitas na China são para presente. O Natal e o Ano Novo Lunar, no mês que vem, são períodos de pico de vendas.
Rein diz que confeitos caros preenchem uma lacuna no tradicional período de compras de presentes. "Quando você não quer comprar uma caneta Mont Blanc, mas quer comprar alguma coisa mais cara que um 'mooncake' [bolo de lua, um presente tradicional do Festival da Metade do Outono], o chocolate é boa opção. Não há muitos outros presentes de prestígio na faixa dos US$ 50 a US$ 200."
Paul Chao da World Chocolate Wonderland diz que os chineses estavam acostumados com chocolates de baixa qualidade, mas na medida em que viajam mais, desenvolvem um paladar por variedades europeias mais finas.
A consultoria Euromonitor estima que o mercado mundial de chocolate cresceu menos de 10%, desde 2008.
Um estudo recente da consultoria Bain prevê que o mercado chinês vai crescer 11% ao ano nos próximos cinco anos, mas a fabricante suíça de chocolates Lindt & Sprüngli acredita que o crescimento será de 30% ao ano, com base em pesquisa conduzida por ela e pela Nielsen.
Veículo: Valor Econômico