Preço cai e oferta cresce menos este ano
As sucessivas quedas nos preços do leite e os custos de produção mais elevados têm feito com que o aumento da oferta, típico do segundo semestre, ocorra de forma bem mais comedida. De acordo com o Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-L), o volume recebido pelas empresas em setembro foi somente 1,25% maior que o de agosto, fazendo com que o índice de setembro fosse menor que o do mesmo mês do ano passado. Isso não ocorria desde abril do ano passado.
Desde julho, quando os preços começaram a cair, a média ponderada nacional, pesquisada em sete estados, já perdeu 15 centavos por litro. Conforme o Cepea, em outubro, o preço médio bruto foi de R$ 0,6096/litro – em junho, último mês antes do início das quedas, a média era R$ 0,7633/litro.
A combinação de baixo crescimento da oferta com preços em queda indica a existência de estoques nas indústrias. De fato, o volume recebido pelas empresas no acumulado deste ano ainda é 16,55% maior que no mesmo período de 2007.
Segundo o Cepea, o preço médio do leite pago ao produtor em outubro (referente ao leite entregue em setembro) caiu 7,3%, ou R$ 0,05, em relação ao pagamento de setembro. Em Minas Gerais, a queda por litro foi de pouco mais de R$ 0,03, custando, em média, R$ 0,6314 (valor bruto). Para este mês, metade dos representantes de laticínios e cooperativas ouvidos pelo Cepea acredita em manutenção dos atuais valores. A outra metade, no entanto, continua sinalizando mais quedas.
A crise do setor leiteiro é o motivo do ato de protesto que reuniu cerca de 10 mil produtores de Pompéu e de outros municípios das regiões do Alto São Francisco e Centro-Oeste, sexta-feira. Os produtores distribuíram leite para a população.
Veículo: O Estado de Minas