Desaceleração verificada entre julho e setembro de 2011 deve persistir nas vendas das grandes redes
O varejo de vestuário passou porum momento de desaceleração no terceiro trimestre de 2011. O ritmo deve se manter quando o próximo resultado for divulgado, que é referente aos últimos meses de 2011. As estimativas de analistas eramde redução nas vendas de final de ano. Renner, Marisa e Riachuelo afirmam que as preocupações com inflação e a crise abalaram a confiança do consumidor, que tem preferido gastar menos com moda.
O clima também ajudou a esfriar as vendas no terceiro trimestre de 2011. Enquanto as vitrines exibiam as coleções de primavera, as temperaturas se mantiveram baixas nas regiões Sudeste e Sul e diminuiram o movimento nas lojas.
Na Renner, as vendas no quesito “mesmas lojas”, ou seja,que leva em consideração o desempenho das unidades abertas há pelo menos um ano, cresceram 3,8% no período. O resultado é bastante tímido se comparado com o aumento de 8,1%, registrado de janeiro a setembro de 2011. Segundo a empresa, esta foi “uma indicação clara de desaceleração”.
No trimestre anterior esta diferença não foi tão gritante. Enquanto as vendas subiram 9,8% entre abril e junho, na comparação com mesmo período de 2010, o primeiro semestre do ano passado apresentava alta de 10,4%.A Marisa, registrou o terceiro trimestre com vendas 6,93% maiores, enquanto de janeiro a setembro últimos, o crescimento ficou em 9,6%. “No varejo de vestuário, o terceiro trimeste normalmente é mais fraco do que os outros, mas esta diferença tão grande entre os períodos confirma a desaceleração
pela qual passa estas empresas”, diz Marcelo Varejão, analista da Socopa Corretora. A Riachuelo também sofreu com a queda no movimento.
Perspectivas
Nos próximos resultados, a expectiva é que estas as redes mantenham o crescimento tímido e somente a partir deste ano voltem a ter desempenho mais acelerado, ocasião em que a diminuição dos juros, iniciada pelo governo em agosto, começará a ser sentida.
“O último trimestre de 2011 deve representar crescimento de até 5%. Apesar de ser uma
desaceleração, ainda é um bom resultado , afinal não estamos falando de retração”, diz Renato Prado, analista do Banco Fator.
Para o especialista, também é possível que as redes diminuam o ritmo de inaugurações este ano. “Estas redes abriram muitas lojas, estratégia que impacta as despesas. A expectativa é que elas sejam mais comedidas”, diz. Mas se no seu principal negócio, que é a venda de roupas, as empresas ainda são pegas de surpresa por condições climáticas e outras circunstâncias,quando o assunto é serviços financeiros,como seguros e empréstimos,elas mostram que já amadureceram.
“A venda destes serviços cresceu bastante no terceiro trimestre e ainda há espaço para expansão”, diz Varejão. Entre as estratégias das companhias de vestuário está incentivar a compra com o cartão próprio da rede, principalmente em número de parcelas que inclua a cobrança de juros.
Veículo: Brasil Econômico