O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) acaba de lançar um vídeo educativo sobre a doença mais séria da atualidade na citricultura, o greening.
A ação tem como objetivo apresentar os sintomas da doença, como o citricultor deve fazer para identificá-la e as medidas de manejo para evitar sua expansão.
O vídeo mostra uma conversa entre um pai e filho. O pai suspeita que seu pomar esteja com deficiência nutricional, cujos sintomas são comumente confundidos com o greening. O filho, depois de participar de um treinamento do Fundecitrus, logo percebe que a propriedade estava com a doença.
A partir daí, a história se desenrola. Primeiro, o citricultor aprende sobre a transmissão e o desenvolvimento do greening. Na sequência, aparece como deve ser feita a identificação e o combate da doença, com uso de mudas sadias e certificadas, a inspeção da propriedade - no mínimo, seis por ano - a eliminação de plantas doentes e o controle do inseto vetor.
A apresentação destaca a ação do psilídeo Diaphorina citri, inseto transmissor da doença - de difícil identificação - e a adoção do manejo regional. Quando realizado em conjunto entre propriedades vizinhas, o manejo do greening é mais eficaz, podendo reduzir em até 90% os níveis de incidência.
Com duração de quase oito minutos, o vídeo está disponível para download no site do Fundecitrus. Segundo o gerente do Departamento Técnico do Fundecitrus, Cícero Augusto Massari, o material é mais uma ferramenta para conscientizar o produtor. "Ao assistir o vídeo, ele está apto para identificar os sintomas e a realizar o manejo regional de forma correta em conjunto com os vizinhos. A ideia é facilitar o trabalho do citricultor no campo, e também no site Youtube [www.youtube.com/watch?v=gFgO8JBVG 4w.] O material será exibido em todos os eventos, palestras e treinamentos da instituição", afirma.
A doença
O greening atingiu 3,77% das plantas e 53,3% dos talhões do parque citrícola paulista em 2011, segundo o levantamento amostral realizado pelo Fundecitrus.
O greening, ou Huanglongbing (HLB), cuja provável origem seja a Ásia, mas se encontra também na África e nos EUA. No Brasil o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) relatou o aparecimento da doença nos pomares paulistas em julho de 2004.
O greening tem como agente causal uma bactéria que habita o floema da planta hospedeira sendo conhecida como Candidatus Liberibacter ssp. Há três variações para esta bactéria, Candidatus Liberibacter africanus, Candidatus Liberibacter asiaticus e, a Candidatus Liberibacter americanus que apresenta mais de 93% de similaridade com a asiática e africana.
Os pesquisadores acreditam que no Estado de São Paulo o vetor da doença seja a Diaphorina citri, um pequeno inseto que mede de três a quatro mm e que é comum nos pomares brasileiros e na planta ornamental conhecida como falsa murta (Murraya paniculata). Esta hipótese é baseada no que ocorre com o greening nos países asiáticos, região em que a doença é transmitida pelo mesmo inseto.
Os sintomas do greening são basicamente os mesmos. As árvores afetadas têm como sintoma inicial o surgimento de um ramo ou galho, que se destaca pela cor amarela em contraste com a coloração verde das folhas dos ramos não afetados. As folhas amareladas, ou sintomáticas, apresentam coloração amarela pálida, contrastando com áreas de cor verde, formando manchas irregulares, ou cloroses assimétricas. O controle do greening é baseado em três ações: uso de mudas sadias e certificadas, inspeção e eliminação de plantas doentes e controle do inseto vetor.
Veículo: DCI