Cotação desestimula os produtores de algodão

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A queda na cotação do algodão, verificada ao longo de 2011, desestimulou os produtores mineiros que deverão manter, na safra 2011/12, a mesma área plantada. De acordo com os dados da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), no ano passado, devido à oferta ajustada, a arroba de pluma apresentou preço recorde de R$ 140. Porém, a partir da colheita os preços recuaram e hoje a arroba está cotada a R$ 58,64. O valor garante apenas pequena margem de lucro, mesmo assim só para os produtores com alto padrão tecnológico. Para que todos os produtores obtenham lucro significativo a arroba deve ficar em pelo menos R$ 70.

De acordo com o diretor executivo da Amipa, Lício Pena, a queda significativa dos preços aconteceu devido ao aumento da oferta do produto no mercado. As boas perspectivas incentivaram tanto os produtores mineiros como das demais regiões produtoras a investirem na ampliação da área cultivada. "A atual situação só é vantajosa para os produtores com alto padrão tecnológico e que têm total controle da gestão. Os demais estão acumulando prejuízos. O preço do algodão dificilmente irá superar os R$ 100 por arroba. O Estado produz um volume 50% superior à demanda das indústrias, o que torna indispensáveis as exportações. Caso contrário, a formação de preços será ainda mais prejudicada", diz.

De acordo com os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o terceiro levantamento de intenção de plantio para a safra 2011/12 indicou que serão cultivados 1.361 hectares de algodão no país, área 2,7% inferior aos 1.400 hectares cultivados na safra 2010/11.

Em Minas, a produção estimada pela Conab, para a safra 2011/12, é de 45,5 mil toneladas de algodão em pluma, variação positiva de apenas 0,2%. A área cultivada é de 31.200 hectares, queda de 1,3%. A produtividade também será praticamente mantida, com variação negativa de apenas 0,3% e produção de 1,488 tonelada por hectare.

A acentuada retração dos preços do algodão em pluma, no Brasil e no exterior, no período que antecedeu o plantio e as estimativas de custos de produção elevados constituíram os principais fatores que levaram os produtores a optar pela redução ou manutenção da área.

De acordo com os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), pouco a pouco agentes estão retornando ao mercado da pluma após o recesso de final de ano.


Reposição - Conforme pesquisadores do Cepea, na última terça-feira, algumas indústrias mostraram interesse em negociar para repor estoques. Produtores ainda seguem retraídos, esperando maior movimentação dos compradores para voltar a comercializar. Entre 27 de dezembro e 3 de janeiro, o Indicador Cepea/Esalq com pagamento em oito dias subiu 0,2%, fechando a R$ 1,6506 por libra-peso. Em dezembro, o indicador recuou 2,67%.

No Estado, a área colhida em 2011 foi de 32,3 mil hectares, espaço 115,3% maior que o utilizado na safra anterior. Com o resultado da ampliação, Minas respondeu por 2,3% da safra nacional. Desde 2005, a área cultivada da atividade reduziu em ritmo acelerado e só voltou a crescer no ano passado. No período, a produção de algodão saiu de 55,8 mil toneladas, em 2010, para 115,9 mil toneladas em 2011, uma evolução de 107,7%. A previsão para 2012 é de 116,1 mil toneladas, alta de 0,3%.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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