As fortes chuvas que atingem Minas Gerais estão prejudicando a captação de leite dos produtores rurais. A péssima situação das estradas vicinais e rodovias que cortam o Estado já resultam em prejuízos diários da ordem de R$ 2 milhões, segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios do Estado de Minas Gerais (Silemg).
O maior problema está nas perdas ocasionadas no transporte do produto entre as propriedades rurais e os laticínios. "As estradas estão inacessíveis e o leite tem uma vida útil extremamente curta, o que resulta em sérios prejuízos para os produtores", afirmou o diretor executivo do Silemg, Celso Costa Moreira.
Conforme Moreira, já chega a 50% as perdas da safra diária do leite em Minas. "Dos cerca de 2 milhões de litros de leite que são produzidos diariamente, nós estamos contando com apenas metade disso em função das chuvas", revelou.
A situação caótica das estradas prejudica a passagem dos caminhões de coleta que não têm conseguido chegar até as fazendas para recolher os produtos. "Na Zona da Mata a situação está mais grave, mas outras regiões como na do Rio Doce também enfrentam dificuldades", ressaltou.
Minas Gerais possui cerca de 300 mil produtores de leite. E, por tratar-se de produto perecível, o leite enfrenta problemas de volume e tempo de estocagem. "Soma-se à dificuldade de acesso às fazendas, os problemas de queda de energia elétrica, que também resultam em prejuízos", avalia Moreira.
A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais ainda não divulgou um levantamento geral das perdas na agropecuária, no entanto, o governo mineiro já está verificando os pontos mais críticos e jká solicitou ajuda financeira à União para recuperar estradas e prestar socorro às cidades que já decretaram estado de calamidade pública.
Queda - Além dos prejuízos causados pelas chuvas, o setor também vinha registrando queda na demanda de leite nas últimas devido às festas de fim de ano, o que impactou negativamente os preços pagos aos produtores de leite.
Em dezembro foi observado recuo de 1,98% na cotação. A tendência é que os preços mantenham a trajetória de queda até o início de fevereiro, quando a demanda é incrementada com o fim do período de férias.
Os dados são da Scot Consultoria, empresa especializada em análise do agronegócio. No país a queda nos preços pagos aos produtores foi maior que a observada em Minas Gerais, chegando a 2,3% no pagamento de dezembro.
O preço do leite pago ao produtor na média Brasil caiu 2,3% no pagamento de dezembro, que remunera a produção entregue em novembro. Segundo levantamento da Scot Consultoria, o preço na média nacional ficou em R$ 0,803 por litro. Com a queda de 1,8% registrada em Minas Gerais, o litro do produto ficou cotado a R$ 0,833, contra os R$ 0,849 registrados em novembro.
Veículo: Diário do Comércio - MG