Lojistas efetivam menos temporários do Natal

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CDL-BH aponta a contratação de apenas 15% contra 27% em 2011.




As efetivações de temporários admitidos no Natal frustraram as expectativas de trabalhadores que conseguiram uma vaga no final do ano e esperavam entrar para o mercado formal. Os dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) apontam que, na capital mineira, apenas 15% dos contratados foram efetivados. O número é 12 pontos percentuais menor que o alcançado no ano passado, quando chegou a 27%.

A falta de qualificação é apontado como o principal motivo para que o comércio não contratasse, conforme explicou ontem a economista Ana Paula Bastos. A estimativa da CDL-BH é de que somente em Belo Horizonte fossem abertas 8 mil vagas, 3% a mais do que em 2011. "Embora o mercado esteja a procura de pessoal, o fator que pesou contra a efetivação é que os trabalhadores ainda não estão despreparados. A pessoa que se candidata a vaga temporária precisa se atentar a isso, fazer cursos, se quiser entrar para o mercado formal", explicou Ana Paula.

O temor dos efeitos da crise internacional no mercado interno, a taxa de juros no comércio e a pressão inflacionária, segundo a economista, também pesaram na decisão do empresário. "São questões que deixam o comerciante mais receoso", observou a economista. Para Minas Gerais, os dados da Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e Trabalho Temporário (Asserttem) mostram que a expectativa foi de abertura de 16.500 vagas no Estado. A entidade, no entanto, não informou o número de trabalhadores efetivados.

Cautela - Em todo o país, os contratados sazonais também caíram, principalmente devido às "incertezas econômicas". Os dados da pesquisa do Instituto de Pesquisa Manager (Ipema), encomendada pela Asserttem, indicam 147 mil vagas abertas no Natal. Entretanto, a previsão inicial de 20%, com 29,4 mil efetivações, caiu para 15%. Ou seja, 22 mil. "O momento é de ansiedade e expectativa, o que implica em maior cautela por parte dos segmentos contratantes de mão de obra temporária", analisou a presidente da Asserttem, Jismália de Oliveira Alves.

Jismália explica que o setor de temporário é sensível à economia, o que justificaria a diminuição das efetivações. No entanto, segundo ela, a contratação de 22 mil é significativa para o mercado de trabalho formal. "É o setor demonstrando mais uma vez a importância do trabalho temporário como porta de entrada para o emprego e como propulsor da geração de renda", avaliou.

Entre as principais funções que geraram mais demanda no comércio, a pesquisa mostrou que estão em alta: analista de crédito, atendimento, embalador, estoquista, fiscal de caixa e de loja, operador de telemarketing, vendedor, promotor de vendas e repositor. Já na indústria a demanda maior foi para auxiliar administrativo, nutricionista; operador de máquinas; técnico em segurança do trabalho; auxiliar de departamento financeiro; serviços gerais; operador de empilhadeira e motorista. Para quem conquistou uma vaga temporária, a remuneração ficou entre R$ 690 e R$ 996 nas atividades do comércio e entre R$ 920 e R$ 1,3 mil para os contratados na indústria. Os homens ocuparam a maioria das vagas, com 55% das oportunidades no comércio e 65% na indústria.

Otimismo - As expectativas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) são otimistas e preveem que pelo menos 30% dos temporários sejam efetivados no primeiro trimestre deste ano. No entanto, de acordo com o economista Eduardo Angelo Dias, essa predisposição do empresariado só poderá ser checada a partir de fevereiro.

"O período de contratações sazonais vai de outubro, com o Dia das Crianças, a fevereiro com o fim das liquidações. E como estamos no início de janeiro, mês de saldões, ainda não fechamos o balanço. Mas, a julgar pela expectativa otimista de 82% dos comerciantes com as vendas no primeiro trimestre, acreditamos que vamos atingir a meta de efetivação de 30% dos temporários", adiantou o economista. Em 2011, o índice foi de 50%, segundo a Fecomércio.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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