A família J. Alves Veríssimo, dona do Moinho Paulista, que opera com a marca Nita, está disposta a desbravar novos mercados. A empresa acaba de contratar a consultoria Dextron para avaliar novas categorias de produtos prontos, de preferência voltados para a classe C.
Segundo o superintendente do Moinho Paulista, João Carlos Veríssimo, a ideia é desembarcar nos novos segmentos por meio de aquisições ou parcerias, nesse caso com a produção de terceiros. "Nos últimos três anos, vimos o consumo da classe C crescer muito, sem que tivéssemos um portfólio completo para atendê-la", diz Veríssimo.
Hoje o portfólio da Nita se resume a farinha de trigo, fermento e mistura para bolo. O panetone da marca começou a ser fabricado no Natal de 2009 pela Cepam, dona da marca Village. É nesse tipo de parceria que a Nita aposta para sair do mix com cara de "commodity". "Não precisamos necessariamente comprar um fabricante, é possível terceirizar a produção", afirma.
Há quatro anos, a empresa fez uma incursão em bolos prontos com a própria Cepam. Mas desistiu pouco depois. "Não adianta brigar nas grandes redes com um portfólio reduzido", diz Veríssimo, que acredita ser preciso massa crítica para brigar no varejo. A família também atua nesse ramo de negócio, mas em outra frente: shopping center. Os Veríssimo são donos da Verpar Centros Comerciais, que controla o Eldorado, um dos maiores shoppings da capital paulista.
Atualmente, 97% das vendas são de farinha de trigo. Na clientela, desde indústrias alimentícias como a Nissin, fabricante do macarrão instantâneo Miojo, até padarias, confeitarias e lanchonetes do varejo ou dos próprios supermercados. No "food service", a empresa atua nas regiões Sudeste e Sul do país. A Nita, no varejo, está restrita ao Estado de São Paulo.
Em 2011, o Moinho Paulista cresceu 15%, com faturamento de R$ 360 milhões. Para este ano, as previsões são modestas: aumento de 6% nas vendas. "O mercado ainda está uma incógnita", diz Veríssimo.
Veículo: Valor Econômico