O clima é de Carnaval, mas dentro das indústrias de chocolates o ritmo já é de Páscoa. A produção de ovos que serão vendidos em abril começou cedo, antes mesmo da virada do ano. Pode até parecer pressa, mas é pura precaução para atender à crescente demanda. O desempenho das vendas no ano passado levou as fábricas mineiras a ampliarem em 50% produção em 2012.
É o caso da Produtos Erlan Ltda, com planta em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, que embora não releve a quantidade de ovos, estima dobrar a produção neste ano. Na empresa, especializada em balas, bombons e chocolates, a fabricação começou no início deste mês. A previsão é que termine em meados fevereiro para, a partir dessa data, iniciar a distribuição, afirmou ontem a presidente da indústria de chocolates, Rosalina Vilela. A executiva disse que o volume de produção de um ano é baseado pelo número de contratos fechados no exercício anterior.
"Temos acordos fechados no ano passado que sustentam tanto a ampliação da produção neste ano quanto a contratação de equipe extra para atender aos pedidos", explicou Rosalina. Além da expectativa de lucros, a paixão do consumidor por chocolate mais uma vez contribui para diminuir a fila do desemprego. Além dos 300 funcionários fixos, a Erlan contratou 100 pessoas a mais para atender à demanda da Páscoa. Além dos tradicionais ovos e guloseimas, a indústria fornece barras de chocolate, que servem de matéria-prima para outros produtores de itens para a Páscoa.
O projeto da Erlan para 2012 é atender à demanda dos municípios num raio de 600 quilômetros do entorno de Uberlândia, entrando com produtos em grandes praças, como em Belo Horizonte, e nos estados de São Paulo e Goiás. "O país está num momento bom, sustentado pelo aumento do consumo nas classes C e D, o que nos faz apostar no aumento das vendas este ano", disse Rosalina. Pelos cálculos da executiva, a Páscoa deve representar 15% no faturamento do ano da empresa.
Na Chocolates Tarumã, que também possui unidade fabril em Uberlândia, para atender à demanda da Páscoa em abril, a produção começou mais cedo, em novembro do ano passado. A antecipação, segundo o empresário Carlos Augusto Braga, proprietário da empresa, é para atender à demanda de cerca de 750 mil ovos, o mesmo volume de 2011, cujas vendas foram de 100%.
"Se deixar para a última hora não daremos conta. Nesta época já trabalhamos com a capacidade total. Até gostaríamos de produzir mais, mas com a instabilidade do mercado internacional, e com consumidor endividado, achamos mais prudente manter o mesmo investimento de 2011 ao invés de arriscar expansão", disse Braga. Com 25 anos de mercado, a Chocolates Tarumã coloca no mercado um mix de 14 produtos de Páscoa, que rendem nada menos que 50% do faturamento do ano.
Artesanal - Há dois anos no mercado da capital mineira, o gaúcho Sérgio Giraldi, proprietário das lojas "Gramado & Canela" explora um nicho bem específico da produção de ovos de Páscoa: a criação artesanal de produtos personalizados com chocolates nobres. Os produtos, vindos direto do Rio Grande do Sul, conquistaram o consumidor em Belo Horizonte. Tanto que a expectativa para este ano é de aumento de até 15% nos pedidos, superando os 10 mil ovos vendidos no ano passado.
A aposta do empresário é o diferencial do ovo, a base de cacau premium, sem glúten e manteiga, cujo peso varia de 30 gramas a 1 quilo. O preço varia de R$ 3 a R$ 70. "Não tem cliente que resista ao sabor e intensidade do produto feito com 55% ou 95% cacau. Além do mais é uma opção para presentear um amigo ou familiar com chocolate direto do Sul, feito por imigrantes italianos com a receita original", disse Giraldi. Além das duas lojas no Sion, na região Centro-Sul, o empresário projeta a abertura de mais seis unidades na Capital a partir deste ano.
Veículo: Diário do Comércio - MG