Lojas 24 horas apostam na demanda emergencial

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Consumidor que é bem atendido fora do horário comercial acaba por recorrer a esse serviço em qualquer situação.



Oferecer comodidade e estar sempre atento às necessidades do cliente são características fundamentais para qualquer negócio do segmento do varejo e serviços. Se isso for feito a qualquer hora do dia ou da noite, melhor ainda.  esse o grande filão das lojas que funcionam 24 horas, que lucram alto vendendo produtos e prestando serviços "fora de hora".

A empresária Ana Maria Lima Leite, proprietária da floricultura Estrada das Flores, localizada no bairro Jaraguá, na região da Pampulha, em Belo Horizonte, há dois anos trabalha no esquema de plantão para atender namorados esquecidos e quem quer adiantar uma encomenda que deve ser atendida logo pela manhã.

"Como a loja funciona na parte de baixo da minha casa, fora do horário comercial, atendo em plantão por telefone e internet. A maioria das minhas vendas é feita para pessoas que estão fora do país e querem presentear alguém no Brasil. Por causa do fuso horário essas pessoas nos ligam tarde da noite ou até de madrugada e oferecer esse atendimento é um bom negócio", explica Ana Leite.

Os clientes de Belo Horizonte que quiserem comprar durante a noite também são atendidos na loja, mas não são feitas entregas. No caso de coroas de flores existe um sistema parceria com as funerárias que buscam as flores na loja e efetuam a entrega.

A empresária trabalha com seus dois filhos e continua apostando no atendimento virtual. "Funcionar 24 horas pela internet é um bom negócio para a floricultura e para os clientes. Operamos de forma segura e prática e a diminuição dos custos em relação a loja física se reverte em preços menores para o consumidor."

Oportunidade - Silvânia de Araújo, gerente do departamento de economia da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio), distingue o comércio 24 horas do comércio de conveniência. Enquanto o primeiro mantém as portas abertas durante dia e noite e ganha, inclusive, com a venda de oportunidade, quando o cliente compra além do produto que motivou sua ida ao estabelecimento, o segundo funciona em sistema de plantão e é acionado pelo cliente, normalmente, em situações de emergência. "O comércio 24 horas surge, quase sempre, para atender a uma demanda preexistente.  um forma de prestar um serviço diferenciado e fortalecer a marca. O consumidor que é bem atendido fora do horário convencional acaba por memorizar e confiar naquele fornecedor e recorrer a ele em qualquer situação", explica a gerente.

Típico serviço de urgência, os chaveiros também costumam permanecer em plantão para atender clientes desesperados que não conseguem entrar na própria casa. O gerente-geral da Chaveiro Dom Pedro I, Filipe Faria, está há 18 anos no mercado e atende 24 horas desde o início. "Essa é uma demanda natural do nosso serviço. Cerca de 20% do nosso trabalho é realizado fora do horário comercial. Sempre mantemos um funcionário de plantão dentro da loja", explica o gerente.

Os trotes são a maiores dificuldades da empresa instalada no bairro São João Batista, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte. A preocupação com a segurança dos funcionários e dos clientes é uma constante. "Tomamos bastante cuidado com a verificação dos endereços. Os trotes são um grande problema, mas com experiência conseguimos evitar a maioria deles", completa.

Receber clientes aflitos também se tornou uma das especialidades do ortodontista e implantodontista Elton Mota, proprietário da clínica odontológica Odontoqualit, instalada no Barreiro, região Sul da Capital. A clínica que já existe há dois anos e meio, começou a trabalhar 24 horas em um ano. O dentista, que emprega mais cinco pessoas, reclama dos custos e dificuldades do trabalho em horário estendido. "Para trabalhar à noite é preciso ter em mente a questão da segurança e dos encargos financeiros que isso envolve. Manter a estrutura para atender poucos clientes e o adicional noturno encarecem o serviço", relata o dentista, que diz ter cerca de 3% do seu faturamento vindo desse tipo de atendimento.

Apesar das dificuldades, Mota não abre mão de continuar atendendo quem precisa de ajuda fora de hora. "Quem vem ao dentista à noite é porque está sentindo dor e precisa ser atendido rapidamente.  uma obrigação social prestar esse serviço, por isso mantemos especialistas de plantão. Além disso é uma forma eficiente de fortalecermos nossa marca", completa o empresário.

 
Veículo: Diário do Comércio - MG


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