Depois de um 2011 difícil para o setor têxtil, a perspectiva é de recuperação entre os fabricantes de itens de cama, mesa e banho em 2012. Um otimismo moderado é compartilhado pelo setor que espera retomar o crescimento nas vendas e nas margens depois de amargar os reflexos da alta dos preços do algodão que prejudicou o desempenho no ano passado.
Para a Lepper, de Joinville, a perspectiva é crescer e faturar R$ 180 milhões em 2012. A empresa atua com produtos populares, com foco em licenciamento de marcas voltadas para o público infanto-juvenil. Segundo Gabriela Loyola, vice-presidente da empresa, o ano de 2011 foi de aprendizado para a empresa. Em 2010, a Lepper havia faturado cerca de R$ 196 milhões e teve um desempenho mais baixo no ano passado.
"Nós tentamos repassar para o mercado o custo do algodão, porque a empresa não teve como segurar. O mercado não reagiu bem", explica Gabriela. De acordo com a vice-presidente, o aumento dos preços acabou se refletindo em uma queda no volume de vendas. "O produto têxtil é considerado como um supérfluo e houve uma mudança do perfil de consumo. O orçamento das famílias está bem mais comprometido com eletrônicos e outros financiamentos", disse.
De acordo com Gabriela, os preços das tabelas de produtos já foram reajustados para baixo, acompanhando o movimento do algodão, que também teve queda. A Lepper já voltou a produzir com máxima capacidade em dezembro e retomou o nível de emprego, com cerca de 1 mil funcionários, atenta às vendas da próxima coleção.
Para a Teka, de Blumenau, o ano começa mais animado do que em 2011. "Projetamos um crescimento expressivo, acima de 2010, já que 2011 foi atípico", diz Marcello Stewers, vice-presidente.
De janeiro a setembro de 2011, a Teka faturou R$ 189,9 milhões segundo dados informados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No mesmo período do ano anterior, a empresa tinha uma receita de venda de R$ 244,3 milhões.
"Vamos conquistar mais margem e lucro, e não somente volume este ano. Todos os produtos que nos davam prejuízo estão sendo revisto", disse Stewers. A alta nos preços do algodão foi o principal responsável, segundo o vice-presidente, para o resultado ruim em 2011. Para 2012, a expectativa é de "otimismo pé no chão".
A Döhler, de Joinville, tem uma perspectiva de cenário mais otimista. A companhia informou ao mercado que projeta um crescimento de 15% em 2012 na comparação com o ano passado.
De janeiro a setembro de 2011, segundo dados informados à CVM, a Döhler obteve uma receita de R$ 224 milhões. No mesmo período do ano anterior, a companhia havia registrado R$ 175,3 milhões em receita.
Carlos Döhler, diretor da empresa, avalia que a perspectiva para o mercado têxtil de cama, mesa e banho é crescer em 2012. "O que não podemos é esperar taxas altas de crescimento. O consumo interno continua em ascensão, então é factível que o país todo evolua entre 3 e 4% no ano. Tudo dentro de uma normalidade, sem a euforia que ocorreu em 2010", disse.
Veículo: Valor Econômico