Setor de cozinha industrial deve crescer acima de 15% em 2012

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O brasileiro come cada vez mais fora de casa. Com o avanço do trabalho feminino, o aumento da distância entre casa e local de trabalho e o crescimento do turismo interno, comer fora já representava, em 2009, 31% das despesas da família com alimentação, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa é que, em 2014, os estabelecimentos de food service respondam por 38% dos gastos com alimentos. Neste cenário, e com os preparativos para Copa e Olimpíada, aumentam as vendas de equipamentos para cozinhas industriais. Grandes fabricantes, como Prática, Cozil e Elvi, estimam crescimento entre 16% e 30% para 2012.

Cálculo prévio da ECD Consultoria em Food Service, a partir de dados da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (Abia), aponta que o setor faturou R$ 215 bilhões em 2011, alta de 17,8% sobre o ano anterior, com 60 milhões de transações diárias. A expectativa para 2014 é chegar a 70 milhões de transações ao dia, com receita de R$ 270 bilhões.

Segundo o diretor da consultoria, Enzo Donna, uma das principais tendências hoje no mundo da alimentação é a conveniência: produzir mais, em menos tempo, com o menor custo de mão de obra e alta qualidade. "É neste ponto que a indústria de equipamento se encontra com o mercado de food service. Hoje esta indústria procura oferecer equipamentos que gastem pouca energia, sejam altamente produtivos e preservem sabores e atributos das matérias primas", afirma.

Segundo ele, em um restaurante padrão, o aporte médio em equipamentos varia entre 35% e 55% do investimento, dependendo dos gastos com serviços de alvenaria. Assim, estima-se que o mercado de equipamentos para panificação, incluindo refrigeração, gire em torno de R$ 1 bilhão ao ano. Em restaurantes, hotéis e lanchonetes, os equipamentos de produção, aí não incluída refrigeração, movimentam em torno de R$ 800 milhões anualmente. "O mercado de equipamentos deverá crescer acima dos 15%, acompanhando os investimentos que serão feitos no setor", projeta o consultor.

Expectativa

A mineira Prática/Klimaquip espera crescer o dobro disso apenas em 2012. Com três plantas localizadas em um parque industrial em Pouso Alegre - uma dedicada a equipamentos para padarias, outra para refrigeração e a última produtora de fornos - a empresa faturou R$ 80 milhões em 2011, num avanço de 28% sobre o ano anterior, segundo seu presidente, André Rezende. "Acredito que nem está capitalizado ainda o crescimento relacionado aos eventos esportivos, mas isso vai fazer bastante diferença daqui pra frente", diz o empresário. A produção está entre 60 e 70 máquinas por dia, com cerca de 70% da capacidade sendo utilizada. A empresa investiu R$ 5 milhões em 2011, em equipamentos e galpões, que aumentaram a área fabril em 3 mil metros quadrados, totalizando 15 mil m² de área construída. Em 2012, mais R$ 7 milhões deverão ser investidos, sendo R$ 5 milhões na estrutura produtiva e R$ 2 milhões na área comercial, com o estabelecimento de novas centrais de serviços em São José dos Campos, Rio de Janeiro, Brasília e Recife.

A paulista Cozil projeta incremento de 27% em seu faturamento global para 2012, mas não fala em valores absolutos. "No mercado privado, esperamos um crescimento muito alto, na casa de 50%, já no setor público, é esperado um avanço mais conservador, na faixa de 20%", explica o gerente nacional de vendas, Cleyton Francisco. Com uma planta em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, que está sendo ampliada em 5 mil m², a empresa fechou dezembro com mil peças produzidas, um recorde, segundo o representante. Com a extensão, que praticamente dobra a área fabril da companhia, deverá ser dobrada também a capacidade produtiva. O número de funcionários, hoje quase 300, deverá ser ampliado em 30%.

Atualmente com plantas em São Paulo e São Bernardo, a Elvi planeja avançar rumo aos mercados do Norte e Nordeste, investindo em uma nova unidade de logística, que poderá ser construída na Bahia, em Brasília ou Fortaleza. O aporte deverá ser de até R$ 16 milhões, entre os anos de 2013 e 2014. "Com a expansão da rede hoteleira no Norte e Nordeste, estas são hoje regiões estratégicas para nós", explica o diretor comercial Cristiano Sola.

Segundo o executivo, a empresa cresceu 11% em faturamento no último ano. Para 2012, a expectativa é avançar até 16%. "Ano passado, o pessoal ficou um pouco temerário, não arriscou muito. Com a aproximação da Copa e da Olimpíada, estão agora acelerando o investimento. O ano de 2012 já começou diferente de 2011 e com certeza nosso crescimento será maior", acredita.


Veículo: DCI


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