Os investimentos em publicidade no Brasil somaram R$ 31,2 bilhões em 2011, segundo a agência Binder, com base em dados do Projeto Inter-Meios, do Ibope Media e da Marplan. O valor é 7% maior do que o registrado em 2010, quando foram investidos R$ 29,1 bilhões. Se for descontada a inflação de 6,5% (IPCA) de 2011, não houve crescimento.
Destino principal dos gastos, a TV aberta captou 63,3% do total. Parte desse crescimento deve-se à alta dos preços para propaganda na TV. Em 2011 os preços na TV aberta subiram 9,1%, a terceira maior alta, atrás apenas de rádio (17,2%) e jornal (10,8%).
A gestora de mídia da agência Binder, Andréa Afonso, diz que os valores para investimento na TV aberta estão subindo devido à solidez econômica do país e à entrada de anunciantes estrangeiros no mercado nacional.
Na TV por assinatura, a receita com publicidade passou de R$ 1 bilhão em 2010 para R$ 1,2 bilhão em 2011, segundo estimativa divulgada ontem pela associação que integra as companhias do setor, a ABTA. "Os anunciantes descobriram que a TV paga é um veículo importante para colocar suas marcas", disse Alexandre Annenberg, presidente da ABTA.
Segundo Annenberg, o crescimento da base de assinantes em 2011 foi o grande responsável pela expansão de 20%. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as assinaturas subiram 30% no ano passado, chegando a 12,7 milhões de domicílios, ou 42 milhões de telespectadores.
A internet não registrou aumento nos preços de publicidade em 2011, segundo a Binder. E a internet é o meio que mais cresce junto ao público, segundo a Binder. De 2005 a 2010, a penetração da internet cresceu 21 pontos percentuais, chegando a 48% da população. O meio é o único que mantém crescimento constante nos últimos anos e está atrás apenas da TV aberta, que tem 97% de penetração, e da mídia exterior (64%). O Brasil tem atualmente 91 milhões de internautas e 38% deles acessam a rede todos os dias.
Um atrativo para quem quer divulgar sua marca na internet é o baixo custo. Manter um anúncio por 15 dias em um site grande custa cerca de R$ 150 mil, enquanto um comercial de TV de 30 segundos no horário nobre da líder de mercado não sai por menos de R$ 470 mil.
A rede capta apenas 5% do total de investimentos em publicidade no país. E ainda enfrenta dificuldades para se firmar como a escassez de redes wi-fi e os altos custos dos planos de internet móvel.
"Mas o que tem muito a crescer ainda são as novidades tecnológicas", afirma Andrea. "Não é só a internet, mas a digitalização. Há cada vez mais mídia no celular, por exemplo".
Pioneiro na interatividade, o rádio tem hoje uma convivência pacífica com a web, onde os sites das transmissoras permitem ao ouvinte selecionar as músicas que deseja ouvir. Na TV, a comunhão com a internet também é uma tendência. Um exemplo é a TV conectada à internet. Empresas como Samsung e LG já oferecem aparelhos de TV que permitem ao consumidor acessar a internet.
Segundo dados do Ibope Media, em 2011 os anunciantes desembolsaram R$ 88,3 bilhões em publicidade. O número é 16% maior que o registrado em 2010, quando o valor destinado à publicidade foi de R$ 76,256 bilhões. A pesquisa do Ibope monitora preços de tabela para anúncios, motivo pelo qual tem valores superiores aos encontrados pelo Projeto Inter-Meios, da publicação especializada "Meio & Mensagem".
Veículo: Valor Econômico